Eliopsomo (pão de azeitonas com alecrim e orégano)

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Não existe memória minha que não ligue a Grécia à tradição do pão, o qual está presente na nossa história desde a antiguidade – desde as referências de Hipócrates até o culto de Deméter. Desde pequena estou acostumada com dizeres como “gregos comem tudo com pão” e “é tão difícil tirar o pão da dieta…”. E olha que nem é mentira, a gente come esse tanto de pão mesmo! É pão depois da missa, pão com um pouco de azeite, com pastinhas deliciosas, pra juntar o caldinho da salada no prato e não deixar que nada seja desperdiçado.

Eliopsomo (Ελιόψωμο – Êliôpsomo) nada mais é do que um pão com azeitonas. Então, imagina só: Se pão é coisa de grego, pão com azeitonas é 200% coisa de grego. Minhas melhores lembranças desse pão vêm de quando comprávamos unidades fresquinhas e quentinhas do mesmo e do pão de semolina (outra receita bastante tradicional e uma das minhas favoritas) no fournos (padaria) do mercado do bairro. A receita a seguir é a versão mais próxima que consegui fazer dessa delícia, apesar de a casca ter ficado um pouco mais crocante que a do original. De qualquer forma, vale a tentativa, né?

*Nível de dificuldade: médio
*Tempo de preparo: 3 horas

*Serve, em média: 6 pessoas

Ingredientes:
– 700 g (ou o quanto bastar) de farinha de trigo peneirada + extra para sovar
– 2 colheres de chá de sal
– 2 colheres de chá de açúcar
– 2 colheres de chá de fermento biológico seco
– 5 colheres de sopa de azeite + extra para untar
– 2 xícaras de chá de água morna + extra para dar o ponto
– 2 xícaras de chá de azeitonas verdes ou pretas sem caroço picadas
– 2 colheres de chá de orégano
– 1 colher de chá de alecrim

Modo de preparo:

Caso você tiver uma batedeira planetária, utilize o bowl desde o começo da receita. Caso não, utilize uma tigela para este primeiro passo.

1. Junte a água morna, o azeite, o açúcar e o fermento biológico seco em uma tigela/bowl. Aguarde 10 minutos para ativar o fermento – a mistura deve começar a borbulhar levemente.
2. Feito isso, adicione a farinha e o sal. Você pode sovar a massa tanto no gancho da batedeira planetária, quanto em uma bancada com farinha.
3. Sove a massa durante 7-8 minutos ou até que massa esteja macia e bem incorporada. Enrole a massa em formato de bola. Adicione mais água ou farinha se precisar dar o ponto.
4. Unte uma outra tigela com um pouco de azeite e coloque a massa no centro da mesma. Cubra com um pano de prato e deixe descansar em local morno por aproximadamente 1 hora, ou até que a massa tenha dobrado de tamanho.
5. Quando a massa tiver descansado, polvilhe um pouco de farinha em uma bancada e junta a massa, as azeitonas, o orégano e o alecrim. Sove novamente por alguns minutos.
6. Unte uma assadeira com azeite e pré-aqueça o forno a 250°C.
7. Você pode tanto cortar a massa e fazer pãezinhos, como moldar o pão em formato redondo ou oval, como eu fiz.
8. Posicione a massa no centro da assadeira e asse durante aproximadamente 40 minutos, ou até que o pão (ou pãezinhos) esteja douradinho.
9. Deixe esfriar durante 10 minutos e sirva! Lembre-se: a crosta deve estar crocante!

Dica amiga:
Sirva esse saboroso pão de forma simples, apenas com azeite. Você também pode servi-lo com hummus (pasta de grão-de-bico) ou tzatziki!

Keftedes me saltsa domata (almôndegas ao molho de tomate e cogumelos)

Almôndegas

Como já contei aqui, ano passado embarquei em uma aventura solo à ilha de Lesvos, local em que minha avó materna nasceu. Eu estava completamente nervosa. Não conhecia meus parentes de lá, sabia que o dialeto era diferente e, como era dezembro – quase inverno – achava que eles iriam odiar minha visita “fora de época”.

A confirmação de que sou excelente em ser ansiosa e achar que tudo dará errado – mas, na realidade, nada de tão ruim acontece – veio em seguida: fui recebida com abraços apertados, minha prima tentando estabelecer o maior papo comigo, uma cama quentinha (alô, saudades, 2 graus!) e dias e dias de refeições fartas (até demais). Ainda bem que o vilarejo tem várias ladeiras!

E foi lá que provei as melhores almôndegas ao molho de tomate do mundo! As almôndegas mais macias e saborosas que já tive o prazer de experimentar – como tudo que a minha tia fazia, sempre com muito amor e fartura. Resolvi testar a receita em casa, já que, para a minha felicidade, tinha um saquinho cheio de pimenta-da Jamaica, muito utilizada na Grécia nos ensopados de carne (Stifado, o mais famoso deles). Adicionei cogumelos já que estamos na temporada e pronto! E aí… vai encarar?

*Nível de dificuldade: médio
*Tempo de preparo: 1h30

*Serve, em média: 6 pessoas

Ingredientes:

Para a carne:
– 600 g de carne moída
– 2 colheres de sopa de azeite de oliva
– Sal e pimenta, a gosto
– 1 colher de chá de canela em pó
– 1 colher de chá de cominho
– 1 colher de chá de orégano seco
– 1/2 xícara de chá de farinha de rosca
– 1 xícara de chá de farinha de trigo
– Azeite para fritar

Para o molho:
– 1 cebola grande, picada
– 2 dentes de alho, picados
– 200 g de cogumelos limpos e cortados em fatias (eu usei shiitake)
– 1 lata de tomates pelados, cortados em cubos
– 1 xícara de chá de água
– 1 tomate grande, ralado
– 3 colheres de sopa de vinho tinto seco
– Azeite para refogar
– Sal a gosto
– Pimenta-da-Jamaica inteira, a gosto
– Um punhado de salsinha fresca picada
– 1 pitada de açúcar

Modo de preparo:
1. 
Comece temperando a carne. Em uma tigela, junte a carne moída, o azeite, o sal e a pimenta, a canela, o cominho, o orégano e a farinha de rosca. Misture bem com as mãos até formar uma massa homogênea. Reserve na geladeira por meia hora.
2. Para o molho, comece refogando a cebola e os dentes de alho no azeite até dourarem levemente.
3. Junte os cogumelos e continue refogando. Tempere com sal a gosto.
4. Adicione o vinho tinto e refogue por mais cinco minutos.
5. Junte os tomates pelados, a pitada de açúcar, a água e a pimenta-da-jamaica. Aumente o fogo até pegar fervura.
6. Continue cozinhando em fogo baixo até o molho engrossar.
7. Desligue o fogo e junte a salsinha picada. Misture e reserve.
8. Regue uma frigideira com mais ou menos um dedo de azeite. Aqueça.
9. Faça bolinhas com a carne do tamanho da uma bola de golfe. Enrole as bolinhas na farinha de trigo.
10. Quando o azeite estiver quente, disponha uma porção de bolinhas na frigideira. É importante não encher a frigideira para o azeite não esfriar. Frite em pequenas porções.
11. Frite as almôndegas de todos os lados, mas sem deixar que cozinhem por completo.
12. Quando estiverem prontas, coloque-as em um prato com papel toalha.
13. Assim que terminar de fritar as almôndegas, despeje-as no molho e deixe que cozinhem por mais 5 minutos.

Dica amiga: Em vez de massa, sirva as almôndegas com purê de batatas ou arroz soltinho! Garanto que fica uma delícia. Se você realmente preferir uma massinha, selecione tipos mais curtos, como farfalle ou penne.

Com amor, Moussaka

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O que dizer sobre este prato recheado de história que todo mundo ama e considera pacas? É difícil (ou até fácil demais) falar sobre o Moussaka (μουσακάς – moussakás), mas me dei essa liberdade já que amanhã comemoramos o “25 de março”, feriado nacional mais conhecido como uma comemoração da guerra da independência da Grécia contra o Império Otomano.

Talvez você conheça essa famosa “lasanha” por ela ser amplamente associada à Grécia. Talvez você a conheça como a fonte de muitas zoeiras à Toula Portokalos, a querida protagonista do filme “Casamento Grego” (cês lembram do “moose-caca”, né?). Eu conheço o Moussaka como um prato trabalhoso que cresci detestando por conter horrores de berinjela – até porque nem tudo são flores – e por morrer de dor no braço na hora de mexer o bechamel a pedido do meu pai.

Mas… ainda bem que a gente cresce, né? Hoje posso dizer que “amo muito tudo isso”. Mais ainda depois de ter conhecido e provado o Moussaka em sua versão turca e, desculpe o bairrismo, achar o nosso mil VEZES melhor! Gregos: tenham orgulho de seu Moussaka. A explosão de sabores é incomparável, ainda que na hora do vamo-vê na cozinha dê um pouco mais de trabalho. É por isso que hoje apresento a você um dos maiores símbolos da culinária grega – símbolo que as pessoas cansaram de me pedir – numa versão simplificada mas com um toque de família, inspirada no conteúdo do deus grego Akis Petretzikis.

Me acompanhe nessa aventura!

*Nível de dificuldade: médio
*Tempo de preparo: 3 horas (ufa!)

*Serve, em média: 6 pessoas

Ingredientes:

Base de vegetais:
– 2 berinjelas grandes, cortadas em rodelas médias
– 2 abobrinhas grandes, cortadas em rodelas médias
– 3 batatas grandes, cortadas em rodelas médias
– Sal e pimenta, a gosto
– 1/2 xícara de chá de azeite de oliva
– Orégano, a gosto

Molho de carne moída:
– 600 g de carne moída
– 1 cebola média, picada em cubos
– 2 dentes de alho, picados
– Sal e pimenta, a gosto
– 3 colheres de sopa de azeite de oliva
– 1/2 colher de chá de canela em pó
– 1/2 colher de chá de noz-moscada
– 1/2 colher de chá de cominho
– 1/2  colher de chá de açúcar
– 3 colheres de sopa de vinho tinto seco
– 1/2 xícara de chá de salsinha fresca, picada
– 1 lata de tomates pelados
– 1/2 xícara de chá de água

Molho bechamel:
– 4 colheres de sopa de manteiga
– 4 colheres de sopa de farinha de trigo
– 1 litro de leite
– Pimenta, a gosto
– Noz-moscada, a gosto
– 1 xícara de chá de queijo parmesão ralado + para finalizar

Modo de preparo por etapas:

Base de vegetais:
1. Para começar, unte uma travessa média com um pouco de azeite de oliva. Preaqueça o forno a 200 graus.
2. Em uma tigela, junte as rodelas de batata, o sal, a pimenta, o orégano e mais um pouco de azeite. Misture bem e espalhe-as na travessa. Asse as batatas até que estejam levemente cozidas e macias (aproximadamente 20 minutos).
3. Repita o processo com as berinjelas. Junte as rodelas numa tigela, tempere com o sal, a pimenta, o orégano e um pouco de azeite. Espalhe-as por cima das batatas e asse-as até que estejam cozidas.
4. Agora, as abobrinhas! Junta as rodelas numa tigela, tempere com o sal, a pimenta, o orégano e um pouco de azeite. Misture bem e espalhe-as por cima das berinjelas. Asse-as até que estejam macias.

Molho de carne moída:
5. Em uma panela grande, refogue a cebola no azeite. Adicione o alho, a canela, o cominho e a noz-moscada. Misture bem e continue refogando.
6. Adicione a carne moída. Refogue. Adicione o vinho tinto. Refogue por mais ou menos 5 minutos.
7. Adicione os tomates pelados, a água e o açúcar. Deixe cozinhar lentamente em fogo baixo.
8. Quando o molho estiver bem grosso (menos líquido, melhor), tempere com sal, pimenta e salsinha fresca. Reserve.

Molho bechamel:
9. Em uma panela, em fogo médio, adicione a manteiga e espere derreter.
10. Adicione a farinha de trigo e misture bem sem parar até que tudo esteja bem incorporado e borbulhando levemente.
11. Adicione o leite aos poucos e sem parar de mexer, para que a mistura fique bem incorporada e não empelote.
12. Quando o molho começar a borbulhar e já estiver grosso, desligue o fogo.
13. Adicione a pimenta, a noz-moscada e o queijo parmesão ralado. Misture bem e reserve.

Montagem:
14. Na travessa em que os vegetais estão, espalhe o molho de carne moída (por cima dos vegetais), pressionando levemente para que o Moussaka fique firme e compacto.
15. Adicione o molho bechamel, espalhando muito bem por cima da carne.
16. Salpique mais um pouco de parmesão ralado e asse em forno médio por aproximadamente 35 minutos, ou até gratinar.
17. Quando estiver pronto, espere o Moussaka esfriar. Fica muito mais fácil de cortar em pedaços firmes (e bem mais gostoso) quando ele está em temperatura ambiente!

Dica amiga:
Nossa, Heleni, depois desses 17 passos ainda tem dica amiga? Tem sim! A minha dica de ouro é: não ignore a canela. Não ignore o vinho. Não ignore o cominho. O tempero no Moussaka faz toda a diferença. Para uma versão vegetariana, basta pular o passo da carne moída. Para uma versão mais calórica, basta fritar os vegetais em azeite em vez de assá-los. Você que escolhe. Valendo… já!

Kotopita (torta folhada de frango com iogurte)

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Eu sempre tive uma dificuldade enorme em lidar com mudanças. Logo a minha vida, que tá sempre mudando! Amigas diriam que é porque sou taurina, pé no chão, teimosa, paciente, não gosta de muita novidade… pode até ser (não sei, tenho lua em aquário). No meio desse caos todo que é a minha vida (de vez em quando), percebi que já se passaram quase dois anos desde um divisor de águas que me fez perceber que mudar é bom. Que arriscar é preciso. Que provar coisas novas é necessário.

Há quase dois anos terminei um relacionamento tóxico. Eu implorava para sair daquilo, mas não sabia como. Nunca vivia novidades, apenas ciclos. Ciclos que doíam, me rasgavam o peito, me adoeciam, inchavam meus olhos. Logo com ele, que sempre falou que era importante arriscar! Mas era sempre a mesma dor, que ia se espalhando por todo o corpo como uma somatização qualquer. Num dia chuvoso essa semana, percebi que estava tudo bem. Eu coloquei um ponto final para me encontrar de novo. Eu mudei, e mudar é bom. Eu arrisquei tantas vezes desde que me despedi dele. Quantas vezes me achei boba por me mostrar vulnerável. Hoje vejo que ser vulnerável é ser forte. Transformei toda raiva e dor em vontade de conhecer os meus desejos mais profundos e perdoei. Afinal, foi no meio daquele furacão todo que decidi escrever por aqui, por mim.

Mas… então amiga, como isso tá relacionado à comida grega? Ah amigos, o prato de hoje é novidade até para mim. Arrisquei mesmo e ficou uma delícia. Quem disse que toda torta folhada grega tem que ser do mesmo jeito? A vida é curta demais para isso! Novidades e experiências novas servem para nos mostrar o que gostamos e o que não gostamos. E sei lá… vai que vocês gostam dessa torta diferentona também! Bora arriscar? Confiram a receita:

*Nível de dificuldade: médio
*Tempo de preparo: 1h15

*Serve, em média: 6 pessoas

Ingredientes:
– 1 pacote de massa folhada descongelada
– 500 g de peito de frango em cubos pequenos
– 1 cebola média picada
– 4 dentes de alho ralados
– 3 colheres de sopa de vinho branco
– 1 tomate grande picado
– 1/2 xícara de chá de salsinha fresca picada
– 1 xícara de chá de farinha de arroz flocada cozida (ou arroz cozido)
– 1 colher de sopa de orégano
– Noz-moscada a gosto
– Sal e pimenta a gosto
– 1 colher de chá de cominho
– 1 pote de iogurte natural ou coalhada seca
– 1/2 xícara de chá de queijo ralado (de sua preferência)
– 2 colheres de sopa de azeite de oliva
– Manteiga suficiente para untar a travessa e pincelar a massa
– Farinha de trigo, para abrir a massa
– Gergelim a gosto (para polvilhar)

Modo de preparo:
1. 
Comece preparando o recheio. Em uma panela, refogue a cebola e os dentes de alho no azeite até que fiquem dourados.
2. Em seguida, adicione os cubos de frango e o vinho branco. Espere até refogar.
3. Tempere com orégano, noz-moscada, sal, pimenta e cominho. Misture bem.
4. Adicione o tomate picado, a salsinha e a farinha de arroz cozida (ou arroz cozido). Misture bem e deixe cozinhar em fogo baixo por mais 5-7 minutos.
5. Em seguida, desligue o fogo e adicione o iogurte natural e o queijo ralado. Misture e reserve.
6. Unte uma travessa de sua preferência e preaqueça o forno a 180º C.
7. Retire a massa do pacote e corte-a na metade. Pegue um dos pedaços e abra com um rolo de massa, adicionando um pouco de farinha para auxiliar no processo.
8. Acomode essa metade no fundo da travessa. É importante que sobre um pouco de massa nos cantos da travessa para a hora de fechar a torta.
9. Adicione o recheio e espalhe bem.
10. Repita o passo número 7 com o outro pedaço da massa folhada.
11. Cubra o recheio com a outra metade da massa, dobrando as laterais da torta.
12. Pincele a torta com manteiga e salpique gergelim a gosto.
13. Leve ao forno preaquecido em temperatura média durante 45 minutos ou até que a torta esteja dourada e a massa cozida.

Kourambiedes do Tio Kosta (biscoitos amenteigados gregos)

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A receita de hoje, eu diria, é a mais esperada do blog. Sim, da história do blog! Em quase dois anos escrevendo por aqui, perdi a conta de quantas vezes me pediram o modo de preparo detalhado dessas belezuras açucaradas, o que me fez pensar que elas são realmente muito amadas. E sabe o motivo? É que estes biscoitinhos, moldados em diversos formatos, carregam consigo um bocado de história. Acho que todo grego desse mundo tem alguma memória envolvendo os Kourambiedes. De repente era a avó que fazia, ou os primos que levavam um prato cheio nas visitas, ou mesmo é a lembrança de moldar os biscoitos semanas antes do Natal.

Para mim sempre foi uma mistura disso tudo. Eu adorava ver minha avó fazendo os biscoitos e ela sempre me dava a oportunidade de moldar alguns (e comer uns pedacinhos da massa crua). Depois tinha a mágica de sentir o cheiro delicioso dos biscoitos pela casa e polvilhá-los com açúcar de confeiteiro – pareciam floquinhos de neve! Como um tradicional biscoito de Natal, em minhas viagens para a Grécia, eu ficava encantada com a quantidade absurda, os quilos e quilos que ficavam à mostra nas dezenas de confeitarias da rua comercial perto de casa.

Claro, como é de se esperar, cada pessoa tem a sua preferência. A minha amiga Karla adora os biscoitos da minha avó – e ela tem as suas próprias lembranças relacionadas a eles. Já meu pai, gosta dos Kourambiedes sem o açúcar de confeiteiro. Minha avó não coloca suco de laranja na versão dela. Já a versão de hoje – a qual eu aprendi com o meu tio Kosta, lá de São Paulo – leva raspas de laranja e Ouzo (bebida destilada grega).

Preparados, vendidos e oferecidos tradicionalmente nas festas de fim de ano, os Kourambiedes (κουραμπιέδες – kúrambiêdhes) são biscoitos amanteigados com nozes ou amêndoas. Como muitos pratos típicos gregos, cada família tem a sua própria receita e é possível encontrá-los em diversos tamanhos, formatos e tipos – da última vez que fui à Grécia, encontrei Kourambiedes recheados com mousse de chocolate! E aí, se animou? Então mão na massa!

*Nível de dificuldade: médio
*Tempo de preparo: 3 horas

*Rende, em média: 60 unidades médias

Ingredientes:
– 400 g de manteiga sem sal em temperatura ambiente
– 700 g de farinha de trigo + extra
– 2 ovos grandes, levemente batidos
– 1 xícara de açúcar refinado
– 2 colheres de sobremesa de essência de baunilha
– 2 colheres de sopa de Ouzo ou conhaque
– 1 xícara de chá de nozes trituradas
– Sumo de uma laranja
– Raspas de uma laranja
– 1 colher de sopa de fermento químico
– Açúcar de confeiteiro, para finalizar

Modo de preparo:
1. 
Bata a manteiga com uma batedeira até amolecer. Em seguida, adicione os ovos e continue batendo.
2. Quando a manteiga estiver bem macia, adicione o açúcar, a baunilha e o Ouzo ou conhaque. Continue batendo até a mistura ficar homogênea.
3. Depois, adicione o sumo e as raspas de laranja e as nozes trituradas. Bata continuamente.
4. Em uma tigela, peneire a farinha e adicione o fermento químico. Misture tudo e adicione aos poucos à tigela com a manteiga. Se você utilizar uma batedeira planetária, certifique-se de que está usando a pá para massas médias (biscoitos, etc). Caso contrário, junte a farinha aos poucos com uma colher e misture com a mão mesmo até dar o ponto certo.
5. Ponto da massa: ela deve parecer massinha de modelar e não pode ficar grudenta. Se necessário, ajuste o ponto adicionando mais farinha.
6. Preaqueça o forno a 180°C. Unte assadeiras grandes ou cubra-as com papel manteiga. Molde os biscoitos da forma que desejar – com a mão ou com cortadores de biscoito – e ajuste-os nas assadeiras.
7. Asse os biscoitos em forno médio durante 20 minutos ou até que fiquem douradinhos. Quando estiverem prontos, deixe que esfriem e polvilhe açúcar de confeiteiro.

Dica amiga:
Na hora de fazer os Kourambiedes, experimente adicionar amêndoas trituradas na massa! 

Makaronia me saltsa tomatas (macarrão com molho de tomates frescos)

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Hoje, enquanto cozinhava um prato para o almoço – que aparecerá por aqui em breve – pensei: simplicidade é tudo. Na vida, nas relações e na comida. Preparei um ensopado de batatas que leva molho de tomate caseiro e batatas (além de temperos, é claro) e, naquela simplicidade toda, percebi que havia tanto sabor, tanta profundidade, tanto amor. Há coisas na vida que simplesmente se encaixam, sem precisar de muito esforço.

É o caso da receita de hoje – muito simples, coisa bem básica, fácil de fazer, mas que tem gosto de conforto. Makaronia me saltsa tomatas (Μακαρόνια με σάλτσα ντομάτας – makarônia me sáltsa tomátas) é o macarrão ao sugo da Grécia (com seus tomates doces como figos no verão). Por lá, nós costumamos colocar bastante Mizithra (queijo branco grego) ou Kefalotyri na massa e isso dá todo um sabor especial ao prato. Como não temos estes queijos por aqui, proponho que você experimente o prato com queijo branco ralado ou ricota desmanchada. Fica bom d-e-m-a-i-s!

*Nível de dificuldade: fácil
*Tempo de preparo: 40 minutos

*Serve, em média: 4 pessoas

Ingredientes:
– 1 pacote de espaguete
– 5 dentes de alho, picados
– 6 tomates grandes maduros, em cubos
– 1 colher de sopa de orégano
– 1 copo americano de água morna
– 1 colher de sopa de vinho tinto seco
– 1 colher de sopa de azeite de oliva
– Salsinha fresca picada, a gosto
– 1 colher de chá de pimenta calabresa
– Folhas de manjericão, a gosto
– Sal a gosto
– 1 pitada de açúcar
– 1 colher de sopa de manteiga
– Queijo branco ralado ou ricota desmanchada, para servir

Modo de preparo:
1. 
Comece pelo molho. Em uma panela refogue o alho no azeite de oliva até dourar.
2. Adicione os tomates, a água morna, o vinho, o orégano, a pimenta, o sal e o açúcar. Espere até ferver e abaixe o fogo.
3. Enquanto isso cozinhe a massa de acordo com o pacote. Atenção para que ela fique al dente.
4. Quando o molho estiver encorpado, adicione a salsinha e o manjericão. Misture bem e adicione massa cozida à panela do molho.
5. Adicione a manteiga, misture bem e sirva quente com bastante queijo branco ralado!

Dica amiga:
E a dica de ouro para os pratos gregos é… Quanto mais maduros os tomates, melhor! Lembre-se disso na hora de preparar seu molho de tomate caseiro.

Briam (vegetais sortidos assados)

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A receita de hoje é mais uma da série “eu detestava comer isso na infância” – detestava, sim, no passado. Hoje considero este um dos pratos mais fáceis e versáteis da culinária grega. Como diz a diva Rita Lobo: “é pá pum!”. Abra qualquer livro de culinária grega e Briam aparecerá logo no início da categoria Ladherá.

Apesar de algumas pessoas (inclusive em muitos livros de receitas) chamarem este prato, carinhosamente, de Tourlou Tourlou (tradução livre: tudo junto e misturado), eu sempre o conheci como Briam ou Briami (Μπριαμ – Briám). Digamos que esta seja a nossa versão do clássico ratatouille – muitos vegetais, muito azeite, muito tomate… tudo junto e misturado! Garanto que é super tranquilo de preparar. Você pode servi-lo como prato principal ou como acompanhamento e, ainda, adicionar outros ingredientes como cogumelos, quiabo, vagem, etc. Seja criativo e me acompanhe!

*Nível de dificuldade: fácil
*Tempo de preparo: 1h30

*Serve, em média: 4 pessoas

Ingredientes:
– 6 batatas médias, cortadas em pedaços grossos
– 2 abobrinhas, cortadas em rodelas
– 1 berinjela grande, cortada em rodelas (opcional)
– 1 cebola roxa, cortada em pedaços grandes
– 2 dentes de alho, ralados
– 1 pimentão vermelho médio, cortado em tiras
– 1 alho-poró médio, cortado em rodelas (opcional)
– 3 tomates grandes, ralados
– 1 colher de chá de orégano
– 1/2 xícara de chá de salsinha fresca picada
– Sal e pimenta, a gosto
– 1/2 xícara de chá de azeite de oliva extravirgem + extra
– 1/2 copo americano de água morna

Modo de preparo:
1. 
Em tigela grande, misture as batatas, as abobrinhas, a berinjela, a cebola, o pimentão, o alho-poró e os dentes de alho ralados.
2. Tempere tudo muito bem com o orégano, a salsinha fresca, o sal e a pimenta. Misture.
3. Despeje os vegetais em uma travessa grande, adicione os tomates ralados e o azeite de oliva. Misture bem e adicione a água morna.
4. Leve ao forno preaquecido e asse em forno médio durante 50 minutos ou até que tudo esteja bem cozido e macio.
5. Retire do forno e regue com um pouco mais de azeite. Agora é só servir!

Dica amiga:
Vale a pena esperar um pouquinho para saborear 
Briam em temperatura ambiente ou, se preferir, no dia seguinte – isto é, claro, com bastante pão para absorver o caldinho!

Ellinikos Kafés (café grego)

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Quantas vezes você se lembrou de alguém querido ao fazer uma refeição? Ou ao preparar um prato específico? Aposto que muitas. Eu também. O post de hoje foi especialmente difícil de escrever. Escrevi, apaguei, reescrevi… muitas e muitas vezes. Tudo porque café grego me faz pensar em meus avós, meus bisavós, meus trisavós e assim por diante. São tantas as histórias que sinto que vivi coisas que, na verdade, nunca vivi. O café grego é uma ponte para o passado e uma expressão de amor.

Dia 23 recebemos a ligação. De madrugada, pappous Georgios nos deixou. Justamente na semana que estava ensaiando fazer esta postagem, acabei não dando conta. Não sabia se escrevia ou se chorava (ou os dois). Para piorar, acabei assistindo O Tempero da Vida de novo, o que ativou o botão “poça de lágrimas”. Então, uma frase do filme me fez pensar e resumiu as longas conversas que tive com meu avô: “No céu há coisas que nós podemos ver, mas há também coisas que não podemos ver. Fale sempre sobre as coisas que outros não podem ver. As pessoas gostam de ouvir histórias sobre coisas que elas não podem ver”.

Pois bem. O café grego, para mim, sempre falou sobre coisas que nunca pude ver. É a minha conexão com os meus antepassados. Na infância, eu não bebia café, pois era coisa de adulto. Ainda assim, me recordo de todas as vezes que entrei na casa dos meus avós, perfumada pelo cheiro da bebida. Esse cheiro anunciava, também, o fim da sesta de todos os dias. Religiosamente, um ou dois cafés eram bebidos lentamente ao som dos programas de TV da tarde.

Tenho, também, as lembranças de yiayia Stratoula, minha bisavó e kafetzou (senhora que pratica cafeomancia) talentosa. Durante as passagens dela por Brasília, juntavam-se as mulheres da família e, assim, ela lia a borra de café de todas. Ela enxergava tudo, mesmo que não pudéssemos ver.

Apesar de todo o peso sentimental que o Ellinikos Kafes (ελληνικός καφές – ellinikôs cafés) tem em minha vida, nunca fui sua grande admiradora pelo sabor. Em tempos recentes, num pequeno kafenío no vilarejo da minha avó Eleni, eu acabei pedindo um elliniko para acompanhar as pessoas que estavam ao meu redor. E… bem, a experiência não foi tão ruim assim!

Tradicionalmente, o café grego é preparado e fervido em um briki (pequena cafeteira com um formato próprio para o seu preparo) com café grego ou árabe – ou seja, um café fino e de torra leve – e, como ele não é coado, sua borra acaba ficando no fundo da xícara. Leia mais instruções a seguir!

*Nível de dificuldade: fácil
*Tempo de preparo: 5 minutos

*Serve: medida individual

E você? Como prefere o seu café grego?

– Sketos (puro): Sem açúcar, apenas o café
– Glykos (doce): Do jeito que eu gosto, ou seja – duas colheres de chá de açúcar para cada colher de chá de café
– Metrios (médio): O mais popular – uma colher de chá de açúcar para cada colher de chá de café
– Variglykos (forte e muito doce): Três colheres de chá de açúcar para três colheres de chá de café

Ingredientes (para um café doce):
– 1 xícara de café (demitasse, pequena, 60 ml) de água filtrada
– 1 colher de chá cheia de pó de café grego ou árabe (ou, ainda, café de torra leve e moagem fina)
– 2 colheres de chá de açúcar
– 1 briki pequeno (cafeteira própria para este café)

Modo de preparo:
1. 
No briki, adicione a água, o açúcar e o pó de café. Misture bem com uma colher de chá.
2. Esquente a mistura em fogo baixo (o mais baixo possível no seu fogão).
3. Quando uma leve espuma começar a aparecer com pequenas borbulhas, retire o briki do fogo por mais ou menos 15 segundos.
4. Coloque-o novamente no fogo, e, assim que começar a ferver (borbulhas maiores), apague o fogo imediatamente.
5. Espere 5 minutos e sirva o café em uma xícara demitasse (xícara pequena para café).

Pontos importantes:
– Em momento algum pense em misturar o café na xícara. Não se mistura café grego.
– Cuidado para não ferver o café demais ou para ele não transbordar do briki (sujando todo seu fogão).
– A borra do café se assenta no fundo da xícara mesmo.
– Kaimaki (káimáki) é o nome que damos à espuma que fica no topo da xícara. Para muitos gregos, quanto mais espuma, melhor!

Dica amiga:
Sirva o café com um copo de água gelada de lado e o docinho ou biscoito de sua preferência! Vale lembrar que tomar café grego é um ritual demorado e relaxante, então não se apresse. 

Spanakorizo (arroz com espinafre)

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Uma das coisas que as pessoas têm comentado comigo (com surpresa) é o fato de a culinária grega oferecer uma variedade de pratos à base de vegetais. Parte disso com certeza vem da tradição do jejum da Igreja Ortodoxa Grega. Algumas pessoas chegam a passar quase metade do ano sem comer alimentos de origem animal! Mas, isso não quer dizer “alimentação sem graça” – sempre vale improvisar, usar ervas frescas e especiarias e priorizar os alimentos da estação.

Hoje compartilho uma receita muito simples e saborosa utilizando o queridinho da Grécia: O espinafre. O Spanakorizo (Σπανακόριζο – Spanakôrizo) é semelhante ao Lahanorizo – um arroz cremoso e aromático servido como prato principal… só que com espinafre. O prato também leva um pouco de vinho, o que faz com que acabe parecendo muito com um risoto. Cabe a você escolher o tipo de arroz e ficar atento ao tempo de cozimento! Na Grécia, utilizamos arroz carolino, mas, como não é encontrado com facilidade por aqui, recomendo qualquer arroz para risoto.

*Nível de dificuldade: fácil
*Tempo de preparo: 1 hora

*Serve, em média: 8 pessoas

Ingredientes:
– 1 cebola média, picada
– 3 dentes de alho, picados
– 2 maços de espinafre, lavados, sem talos
– 2 xícaras de arroz branco (ou arroz para risoto)
– 3 colheres de sopa de azeite de oliva
– 1 xícara de chá de cebolinha picada
– 1/2 xícara de chá de vinho branco
– 1 xícara de chá de endro (dill) picado (opcional)
– 6 xícaras de chá de água morna
– 2 colheres de sopa de manteiga
– Sal e pimenta, a gosto
– Noz-moscada ralada, a gosto
– Sumo de limão, para servir (opcional)
– Queijo Minas, parmesão ralado ou ricota desmanchada, para servir

Modo de preparo:
1. 
Em uma panela grande, refogue a cebola e o alho no azeite até que fiquem transparentes.
2. Junte o arroz e o vinho branco e misture. Cozinhe por mais ou menos dois minutos.
3. Em seguida junte o espinafre, a cebolinha, o endro, o sal, a pimenta e a noz-moscada. Misture bem e junte a água morna. Deixe pegar fervura, e, em seguida, cozinhe em fogo baixo até que o arroz fique macio (e cremoso – no caso do arroz para risoto). Se necessário, adicione mais água para o cozimento. O espinafre deve ficar macio também.
4. Quando o arroz estiver cozido (é importante que ele não esteja completamente seco, um pouco de líquido deve permanecer) adicione a manteiga e misture.
5. Sirva com sumo de limão e queijo ralado.

Dica amiga:
Acompanhe o Spanakorizo com ovos cozidos ou fritos, queijo Minas ou ricota desmanchada e um bom pão!

Soutzoukakia Smyrneika (almôndegas de Esmirna)

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O prato de hoje é simplesmente o meu favorito de toda a culinária grega! É impossível não me lembrar da primeira vez em que meu pai cozinhou Soutzoukakia para mim. Como em O Tempero da Vida, sentir o cheiro do cominho e do vinho me hipnotizou. Até hoje, quando meu pai me pergunta o que cozinhar, eu respondo que quero Soutzoukakia. Com o tempo, cozinhando alguns pratos gregos, fui adaptando receitas da maneira que aprendi com a minha avó: adicionando canela nas carnes e molhos. No filme que citei, pappou Vassilis diz que “a canela faz as pessoas olharem umas nos olhos das outras. Se quer dizer ‘sim’, então adicione canela”. Então sim, o post de hoje terá aroma de canela. Mas de cominho, vinho e louro também!

Soutzoukakia Smyrneika (Σουτζουκάκια Σμυρνέικα – Sutzukákia Smyrnêika), como o nome já diz, é um prato que foi levado pelos gregos de Esmirna (em grego, Smyrne – atual Turquia) para a Grécia. Esmirna, esta fascinante cidade localizada perto da ilha de Chios, foi muito famosa por sua culinária, a qual transcendeu uma época turbulenta e foi passada de geração em geração (vale a pena pesquisar mais sobre!). Soutzoukakia são bolinhos de carne moída temperados com especiarias, moldados em formato de croquete ou linguiça, fritos e depois cozidos em um intenso molho de tomate. Por conta de todos esses processos, o prato não é difícil de fazer, porém, é bastante trabalhoso – então tenha isso em mente.

É importante frisar que cada região da Grécia possui sua tradição culinária. A culinária das ilhas Jônicas e do Peloponeso, por exemplo, carrega consigo uma grande influência veneziana. Nas ilhas do Egeu, vegetais, cereais e frutos do mar são consumidos frequentemente, com consumo mínimo de carne vermelha. No norte, por conta das baixas temperaturas e regiões montanhosas, pratos mais pesados e apimentados são consumidos. O prato de hoje tem sua origem na Ásia Menor, famosa por sua culinária intensa e que faz uso de muitas especiarias, como canela, cominho e pimenta.

Tá preparado para cozinhar? Então aqui vai a receita!

*Nível de dificuldade: médio para difícil
*Tempo de preparo: 2 horas
*Serve, em média: 6 pessoas

Ingredientes:
Para os bolinhos:
– 1 kg de carne moída
– 2 colheres de sopa de azeite extravirgem
– 2 ovos
– 2 pães amanhecidos, desmanchados e molhados com um pouco de água (eu utilizei pão francês)
– 1/2 xícara de chá de vinho tinto seco + extra se precisar
– Sal e pimenta, a gosto
– 2 colheres de sopa de orégano
– 1 colher de chá de canela em pó
– 1/2 xícara de chá de salsinha fresca, picada
– 2 colheres de chá de cominho em pó
– 2 xícaras de chá de farinha de trigo, para enrolar os bolinhos
– Óleo para fritar

Para o molho:
– 1 cebola grande, em cubos
– 3 dentes de alho, picados
– 3 colheres de sopa de azeite extravirgem, para refogar
– 3 tomates grandes, maduros, ralados
– 1 lata de tomate pelado
– 1/2 xícara de chá de vinho tinto seco
– 2 folhas de louro
– 2 ramas de canela
– Sal e pimenta, a gosto
– 1 colher de chá de açúcar
– 2 xícaras de chá de água morna

Modo de preparo:
1. 
Comece preparando a carne. Em uma tigela, junte a carne, o azeite, os ovos, o pão amanhecido, o sal, a pimenta, o orégano, a canela, a salsinha e o cominho. Misture tudo muito bem e reserve na geladeira.
2. Enquanto a carne apura o sabor, prepare o molho. Refogue a cebola e o alho no azeite até que fiquem translúcidos. (De preferência em uma panela grande)
3. Adicione os tomates ralados e os tomates pelados desmanchados. Misture.
4. Junte o vinho tinto e deixe o molho cozinhar em fogo baixo por aproximadamente 5 minutos.
5. Adicione o açúcar, o sal, a pimenta, as folhas de louro, as ramas de canela e a água morna. Misture tudo e deixe cozinhar em fogo baixo até engrossar.
6. Agora, os bolinhos! Separe o vinho tinto em uma tigela e a farinha de trigo em outra.
7. Em uma frigideira, aqueça óleo suficiente para fritar os bolinhos (fritura rasa).
8. Molde os bolinhos em formato de croquete, banhe-os no vinho e depois os enrole na farinha de trigo.
9. Frite poucos bolinhos de cada vez para evitar a queda de temperatura do óleo. Não é preciso fritá-los demais, pois continuarão cozinhando no molho de tomate.
10. Com cuidado, retire os bolinhos com uma escumadeira e transfira-os para a panela do molho de tomate. Repita o procedimento com todos os bolinhos.
11. Cozinhe tudo em fogo baixo por mais 15 minutos. É importante que o molho fique intenso e encorpado e que cubra todos os bolinhos. Caso necessário, adicione mais água para o cozimento.

Dica amiga:
Acompanhe este prato com o arroz de sua preferência, batatas fritas ou um bom purê de batatas! Se você deseja ir além, experimente rechear as almôndegas com queijo. Também ficam deliciosas!