Com amor, Moussaka

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O que dizer sobre este prato recheado de história que todo mundo ama e considera pacas? É difícil (ou até fácil demais) falar sobre o Moussaka (μουσακάς – moussakás), mas me dei essa liberdade já que amanhã comemoramos o “25 de março”, feriado nacional mais conhecido como uma comemoração da guerra da independência da Grécia contra o Império Otomano.

Talvez você conheça essa famosa “lasanha” por ela ser amplamente associada à Grécia. Talvez você a conheça como a fonte de muitas zoeiras à Toula Portokalos, a querida protagonista do filme “Casamento Grego” (cês lembram do “moose-caca”, né?). Eu conheço o Moussaka como um prato trabalhoso que cresci detestando por conter horrores de berinjela – até porque nem tudo são flores – e por morrer de dor no braço na hora de mexer o bechamel a pedido do meu pai.

Mas… ainda bem que a gente cresce, né? Hoje posso dizer que “amo muito tudo isso”. Mais ainda depois de ter conhecido e provado o Moussaka em sua versão turca e, desculpe o bairrismo, achar o nosso mil VEZES melhor! Gregos: tenham orgulho de seu Moussaka. A explosão de sabores é incomparável, ainda que na hora do vamo-vê na cozinha dê um pouco mais de trabalho. É por isso que hoje apresento a você um dos maiores símbolos da culinária grega – símbolo que as pessoas cansaram de me pedir – numa versão simplificada mas com um toque de família, inspirada no conteúdo do deus grego Akis Petretzikis.

Me acompanhe nessa aventura!

*Nível de dificuldade: médio
*Tempo de preparo: 3 horas (ufa!)

*Serve, em média: 6 pessoas

Ingredientes:

Base de vegetais:
– 2 berinjelas grandes, cortadas em rodelas médias
– 2 abobrinhas grandes, cortadas em rodelas médias
– 3 batatas grandes, cortadas em rodelas médias
– Sal e pimenta, a gosto
– 1/2 xícara de chá de azeite de oliva
– Orégano, a gosto

Molho de carne moída:
– 600 g de carne moída
– 1 cebola média, picada em cubos
– 2 dentes de alho, picados
– Sal e pimenta, a gosto
– 3 colheres de sopa de azeite de oliva
– 1/2 colher de chá de canela em pó
– 1/2 colher de chá de noz-moscada
– 1/2 colher de chá de cominho
– 1/2  colher de chá de açúcar
– 3 colheres de sopa de vinho tinto seco
– 1/2 xícara de chá de salsinha fresca, picada
– 1 lata de tomates pelados
– 1/2 xícara de chá de água

Molho bechamel:
– 4 colheres de sopa de manteiga
– 4 colheres de sopa de farinha de trigo
– 1 litro de leite
– Pimenta, a gosto
– Noz-moscada, a gosto
– 1 xícara de chá de queijo parmesão ralado + para finalizar

Modo de preparo por etapas:

Base de vegetais:
1. Para começar, unte uma travessa média com um pouco de azeite de oliva. Preaqueça o forno a 200 graus.
2. Em uma tigela, junte as rodelas de batata, o sal, a pimenta, o orégano e mais um pouco de azeite. Misture bem e espalhe-as na travessa. Asse as batatas até que estejam levemente cozidas e macias (aproximadamente 20 minutos).
3. Repita o processo com as berinjelas. Junte as rodelas numa tigela, tempere com o sal, a pimenta, o orégano e um pouco de azeite. Espalhe-as por cima das batatas e asse-as até que estejam cozidas.
4. Agora, as abobrinhas! Junta as rodelas numa tigela, tempere com o sal, a pimenta, o orégano e um pouco de azeite. Misture bem e espalhe-as por cima das berinjelas. Asse-as até que estejam macias.

Molho de carne moída:
5. Em uma panela grande, refogue a cebola no azeite. Adicione o alho, a canela, o cominho e a noz-moscada. Misture bem e continue refogando.
6. Adicione a carne moída. Refogue. Adicione o vinho tinto. Refogue por mais ou menos 5 minutos.
7. Adicione os tomates pelados, a água e o açúcar. Deixe cozinhar lentamente em fogo baixo.
8. Quando o molho estiver bem grosso (menos líquido, melhor), tempere com sal, pimenta e salsinha fresca. Reserve.

Molho bechamel:
9. Em uma panela, em fogo médio, adicione a manteiga e espere derreter.
10. Adicione a farinha de trigo e misture bem sem parar até que tudo esteja bem incorporado e borbulhando levemente.
11. Adicione o leite aos poucos e sem parar de mexer, para que a mistura fique bem incorporada e não empelote.
12. Quando o molho começar a borbulhar e já estiver grosso, desligue o fogo.
13. Adicione a pimenta, a noz-moscada e o queijo parmesão ralado. Misture bem e reserve.

Montagem:
14. Na travessa em que os vegetais estão, espalhe o molho de carne moída (por cima dos vegetais), pressionando levemente para que o Moussaka fique firme e compacto.
15. Adicione o molho bechamel, espalhando muito bem por cima da carne.
16. Salpique mais um pouco de parmesão ralado e asse em forno médio por aproximadamente 35 minutos, ou até gratinar.
17. Quando estiver pronto, espere o Moussaka esfriar. Fica muito mais fácil de cortar em pedaços firmes (e bem mais gostoso) quando ele está em temperatura ambiente!

Dica amiga:
Nossa, Heleni, depois desses 17 passos ainda tem dica amiga? Tem sim! A minha dica de ouro é: não ignore a canela. Não ignore o vinho. Não ignore o cominho. O tempero no Moussaka faz toda a diferença. Para uma versão vegetariana, basta pular o passo da carne moída. Para uma versão mais calórica, basta fritar os vegetais em azeite em vez de assá-los. Você que escolhe. Valendo… já!

Melitzanes Papoutsakia (berinjelas recheadas)

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Na minha humilde opinião, o prato de hoje é o mais fofinho da culinária grega. Tanto visualmente, quanto pelo nome. Lembro até que, na minha infância, o nome gerava bastante curiosidade em mim. O modo de preparo não é difícil, mas, como uma grande parte dos pratos gregos, dá um pouquinho de trabalho. Por isso, vou direto ao ponto.

Melitzanes Papoutsakia (Μελιτζάνες Παπουτσάκια – Mélitzánes Paputsákia) são “barquinhos” de berinjela, recheados com carne moída e finalizados com molho bechamel. Eu adoro esse nome porque significa, literalmente, “sapatinhos”. É a coisa mais fofa! Eu costumo ver esse prato por aí como Moussaká e, apesar de os dois serem bem parecidos, são diferentes nos detalhes. De qualquer forma, posso concluir que Papoutsakia são como porções individuais de Moussaká, em forma de sapatinhos (ou barquinhos).

Se você curte berinjela, vai amar esta receita. Então, bora cozinhar?

*Nível de dificuldade: médio
*Tempo de preparo: 2 horas
*Serve, em média: 4 pessoas

Ingredientes:

Para a berinjela e o recheio:
– 800 g de carne moída
– 4 berinjelas grandes, lavadas
– 1 cebola grande, picada
– 4 dentes de alho, picados
– 3 tomates grandes, ralados
– Salsinha fresca a gosto, picada
– 1 colher de chá de canela em pó
– 1 colher de chá de cominho
– 1 colher de chá de açúcar
– 1 colher de sopa de orégano
– 3 colheres de sopa de vinho tinto seco
– Sal e pimenta, a gosto
– Azeite de oliva extravirgem

Para o bechamel:
– 3 colheres de sopa de manteiga
– 3 colheres de sopa de farinha de trigo
– 1 litro de leite
– Sal e pimenta, a gosto
– 1 pitada de noz-moscada
– 1/2 xícara de queijo parmesão ralado (se preferir, utilize o queijo Minas padrão)

Modo de preparo:
1. 
Comece cortando as berinjelas: primeiro, corte os talos e, depois, corte no meio, na vertical, formando “barquinhos”. Com um garfo, espete a polpa em alguns pontos (ela soltará água no forno). Disponha os “barquinhos” em um refratário, tempere-os com um pouco de sal e azeite e leve ao forno médio durante aproximadamente 30 minutos, ou até que a polpa esteja macia.
2. Enquanto isso, prepare o recheio de carne. Refogue a cebola com um pouco de azeite, até que fique translúcida. Adicione o alho e deixe tudo dourar.
3. Em seguida, adicione a carne moída. Misture bem até que cozinhe por completo.
4. Adicione o vinho, a canela, o cominho, o orégano, o sal e a pimenta. Misture tudo e deixe cozinhar em fogo baixo.
5. Depois, adicione os tomates ralados e o açúcar. Deixe o recheio cozinhar até ficar com pouquíssimo caldo.
6. Quando as berinjelas estiverem assadas, retire-as do forno e, com uma colher, raspe com cuidado a polpa de cada uma – formando o espaço para adicionar o recheio.
7. Pique bem a polpa das berinjelas e adicione ao recheio de carne moída. Adicione também a salsinha fresca e misture. Desligue o fogo.
8. Agora, vamos para o bechamel. Em uma panela, derreta a manteiga.
9. Quando estiver completamente derretida, adicione a farinha e misture vigorosamente por mais ou menos dois minutos.
10. Em seguida, em fogo baixo, adicione o leite lentamente e continue misturando, sem parar. Mexa o molho bem durante todo o processo para não grudar ou queimar, até engrossar. Para esta receita, é necessário que o bechamel fique com consistência de mingau.
11. Desligue o fogo, tempere com sal, pimenta e noz-moscada e adicione o queijo ralado. Misture bem e reserve.
12. Agora, a montagem! Em um refratário, pincele um pouco de azeite, para untar. Disponha os barquinhos de berinjela lado a lado.
13. Adicione algumas colheradas do molho de carne em cada barquinho. Por cima, coloque uma boa quantidade de bechamel.
14. Asse em forno médio durante aproximadamente 20 minutos ou até que o molho bechamel esteja bem gratinado. As berinjelas + o molho de carne soltarão um pouco de água, mas não se preocupe – fora do forno ela secará!
15. Ufa! Agora é só servir!

Dica amiga:
Se você preferir pode substituir o bechamel no topo por um cremoso purê de batatas, para finalizar o prato!

Melitzanosalata (pasta de berinjela)

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Não vou mentir, eu estava muito empolgada para compartilhar essa receita e acabei adiantando a postagem. Como costumo fazer com as minhas coisas, tenho todo um cronograma de receitas para postar por mês (não vivo sem essa organização, gente). Pois bem, em virtude da Quaresma, planejei uma postagem de receitas de preferência vegetarianas pelas próximas semanas. No começo, pensei em postar Fassolada, mas algo aconteceu no fim de semana passado que fez com que eu acabasse revendo as minhas escolhas.

Estava me preparando para uma comemoração de aniversário em família quando ouvi minha mãe falar: “a yiayia vai trazer Melitzanosalata para o jantar”. Fiquei extremamente feliz, por vários motivos. Primeiro, porque amo tudo o que a minha avó cozinha. Segundo, porque eu havia feito a mesmíssima receita na semana anterior (pelo visto, eu e minha avó vivemos sintonizadas na cozinha, acho que é um laço que temos). Não deu outra, foi só colocar a Melitzanosalata na mesa, e todos atacaram. Mas, Heleni, que negócio maravilhoso é esse? Senta que vou te contar.

Melitzanosalata (μελιτζανοσαλάτα – melitzanosaláta – salada de berinjela) é uma pasta de berinjela muito simples, mas que difere do já conhecido Babaganoush, já que não leva Tahine. Ela é mais uma integrante da maravilhosa seleção de mezédes (aperitivos) gregos, junto com o Tzatziki, a Taramosalata (pasta de ovas de carpa) e a Fava (purê de ervilha amarela). O mais engraçado de tudo é que eu detestava essa pasta quando era pequena. Vinte anos depois (e minha mãe foi testemunha), implorei que minha avó deixasse o restinho de Melitzanosalata para meu almoço do dia seguinte.

São dois os fatores que fazem desta pasta uma coisa dos deuses: a textura e o sabor acentuado das berinjelas assadas (ou defumadas). Algumas pessoas optam por bater os ingredientes no liquidificador, mas eu prefiro o jeito rústico mesmo: amassando tudo com um garfo. Já as berinjelas, alguns as preferem assadas e outros, defumadas na boca do fogão. Aí é sua escolha! Ela é saborosa de todos os jeitos.

*Nível de dificuldade: fácil
*Tempo de preparo: 40 minutos

*Serve, em média: 6 pessoas

Ingredientes:
– 3 berinjelas grandes, lavadas, sem as pontas
– 1 pão francês amanhecido, esfarelado (ou 1/2 xícara de chá de farinha de rosca)
– 3 dentes de alho, ralados
– 1/2 xícara de chá de azeite de olive extravirgem
– 3 colheres de sopa de vinagre ou sumo de limão
– Sal e pimenta, a gosto
– Salsinha fresca picada, a gosto

Modo de preparo:
1. 
Fure as berinjelas com um palito de dente e asse-as em forno alto por aproximadamente 30 minutos ou até que fiquem macias e murchas. Durante o procedimento, vire as berinjelas no com um garfo, para assegurar que todos os lados fiquem igualmente assados.
2. Deixe que as berinjelas esfriem por alguns minutos e, em seguida, com uma colher, retire toda a polpa de cada uma, deixando a casca de lado.
3. Em uma tigela, amasse as berinjelas com um garfo.
4. Adicione o pão francês esfarelado (ou a farinha de rosca), o alho, o azeite, o vinagre (ou sumo de limão), o sal, a pimenta e a salsinha. Misture bem.
5. Sirva em seguida com um pouco de azeite ou, se preferir, deixe na geladeira por pelo menos 1 hora, para realçar o sabor.

Dica amiga:
Uma boa dica, dada pela minha avó, é assar as berinjelas na boca do fogão – ou seja, colocá-las diretamente em contato com o fogo, para que a pasta fique com um sabor defumado (e que, para mim, é o charme do negócio). E claro que, depois de grelhadas, é importante tirar a casca, para que a pasta não fique com um sabor de queimado. Para uma textura diferente, acrescente um pouco de ricota esfarelada e misture!

Feta Saganaki (queijo frito com mel e gergelim)

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O post de hoje vai para todos aqueles que amam um queijo. E não é qualquer queijo, não… é QUEIJO FRITO. Ou seja, não tem como dar ruim. Mesmo crescendo com muitos pratos gregos, eu só fui descobrir Feta Saganaki nos restaurantes gregos da Austrália. A primeira vez que comi esse aperitivo foi em um restaurante no Hellenic Club de Camberra (algo como um prédio cheio de restaurantes, cafés e entretenimento que continua sendo ponto de encontro para os gregos de lá). Acabei me apaixonando, afinal, quem me conhece, sabe que eu não dispenso um queijo.

Φέτα σαγανάκι (Feta saghanáki) é um aperitivo muito apreciado na Grécia feito com algum queijo como Feta, Graviera, Kasseri, Kefalotyri ou até mesmo Halloumi (no Chipre), o qual é fatiado em pedaços grossos, que são empanados, fritos e servidos com limão e pimenta moída; mas, podendo variar – como na receita de hoje. Este é um aperitivo delicioso para quem ama queijo, e cai super bem com uma salada e um bom pão. Além disso, como a Feta ainda não é comercializada no Brasil, aconselho, para um melhor resultado, o uso de queijos como o queijo coalho e o Provolone.

*Nível de dificuldade: fácil
*Tempo de preparo: 30 minutos

*Serve, em média: depende da quantidade de queijo que você utilizar.

Ingredientes:
– 250 g de queijo Feta (também pode ser: tipo Feta, queijo coalho ou Provolone)
– 3 colheres de sopa de mel
– 1/2 xícara de chá de gergelim
– 1 xícara de chá de farinha de rosca
– 1 xícara de chá de farinha de trigo
– 2 ovos, levemente batidos
– 4 colheres de sopa de azeite de oliva, para fritar

Modo de preparo:
1. 
Corte o queijo em blocos ou pedaços mais grossos.
2. Misture a farinha de rosca com o gergelim em uma tigela.
3. Tenha três tigelas à disposição: uma com os ovos batidos; uma com a farinha de trigo, e outra com a farinha de rosca e o gergelim.
4. Passe uma fatia de queijo no ovo, depois na farinha de trigo, depois no ovo novamente e, por fim, na farinha de rosca. Repita esse processo com todas as fatias.
5. Aqueça o azeite de oliva em uma frigideira. Frite o queijo de um lado, espere dourar, e faça o mesmo com o outro lado.
6. Sirva com mel e, se desejar, salpique mais gergelim.

Dica amiga:
Você pode fazer uma versão “salgada” desta receita e optar por outros temperos. Experimente adicionar pimenta-preta e orégano na farinha de rosca, por exemplo. Se não quiser usar mel, pode servir o queijo com algumas fatias de limão e finalizar com páprica defumada.

*Atenção!!!! Não fritar o queijo por imersão!*

Patatosalata (salada de batatas à moda grega)

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A receita de hoje não tem segredo e é super fácil. A patatosalata (πατατοσαλάτα) é uma salada de batatas simples e bem mais leve do que a que costumamos comer nos churrascos aqui, com maionese. Eu, pessoalmente, gosto mais da versão grega. O tempero é o que transforma a salada (vinagre + limão) e, dessa vez, fui adiante e adicionei alho poró (porque né, alho poró nunca é demais, amigos!). Então é isso – pode comer a salada como prato principal, morna, como acompanhamento, pode até adicionar um queijinho se quiser. Mas não deixe o limãozinho de lado, ele vai muito bem com batatinhas!

*Nível de dificuldade: fácil
*Tempo de preparo: 1h
*Serve, em média: 6 pessoas

Ingredientes:
– 8 batatas bem lavadas
– 1 alho poró, cortado em rodelas
– 2 dentes de alho, ralados
– 1 cebola pequena, picada
– Cebolinha picada, a gosto
– Salsinha fresca picada, a gosto
– Sal e pimenta, a gosto
– 2 colheres de sopa de vinagre de maçã
– 2 colheres de sopa de sumo de limão
– 6 colheres de sopa de azeite de oliva extravirgem + 2 colheres extra para refogar
– Endro (dill) picado, a gosto (opcional)

Modo de preparo:
1. 
Ferva as batatas com uma pitada de sal até que fiquem macias (testar com um garfo).
2. Refogue o alho poró e a cebola com duas colheres de sopa de azeite. Quando estiverem translúcidos, adicione o alho picado. Refogue tudo por mais um minuto e desligue o fogo.
3. Retire as batatas da água, e corte-as, ainda quentes, em cubos grandes. Na receita, mantenho a casca, mas você pode optar por descascá-las.
4. Em uma tigela grande, adiciona as batatas, os ingredientes refogados, o sal, a pimenta, o azeite, o vinagre e o sumo de limão. Misture tudo muito bem.
5. Finalize com a salsinha fresca, a cebolinha e o endro. Misture tudo e sirva morna.

Dica amiga:
Sirva a salada como acompanhamento para carnes, de preferência, sempre morna. Você também pode incrementar a salada com azeitonas pretas e cebola roxa, para um sabor mais acentuado. Ela também cai bem como prato principal para um jantar em uma semana corrida!

Imam Bayildi…o imã desmaiou!

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Certo dia, folheando o livro Culinária Mediterrânea: Receitas Saudáveis e Fáceis de Fazer (um livro maravilhoso, aliás), me deparei com uma receita do prato de hoje: o “Imam Bayildi”. Sempre tive curiosidade por conta do nome. Sempre ouvi histórias de como minha bisavó preparava um Imam Bayildi de lamber os beiços. Então, resolvi pesquisar mais sobre o assunto, a despeito da minha falta de habilidade para trabalhar com berinjelas.

Imam Bayildi (Iμάμ μπαϊλντί – imám baildí) é um prato da cozinha otomana que foi incorporado à culinária grega pelos gregos da Anatólia (ou Ásia Menor). Foram tantos anos de convivência entre estes povos que é normal encontrar pratos (músicas, costumes, etc…) semelhantes nos dois países. Mas, traduzindo… “imam bayildi” significa “o imã desmaiou”. E, como todo nome interessante, é claro que existe uma história por trás disso tudo. Neste caso, alguns dizem que o imã desmaiou quando provou este prato maravilhoso; outros, que foi por conta da quantidade exagerada de azeite de oliva que o prato leva. Eu prefiro a primeira opção – ele realmente é uma delícia e esta versão não leva taaaaanto azeite assim.

*Nível de dificuldade: médio
*Tempo de preparo: 1h30
*Serve, em média: 6 pessoas

Ingredientes:
– 4 berinjelas, lavadas e fatiadas na horizontal
– 1 cebola grande, picada (usei a roxa)
– 4 dentes de alho, picados
– 2 tomates grandes maduros, cortados em cubos
– 1 xícara de chá de molho de tomate
– 1 xícara de chá de água
– 1 colher de chá de canela em pó
– 1 colher de chá de cominho
– 1 colher de chá de açúcar
– 2 colheres de sopa de orégano
– 1/2 xícara de chá de salsinha fresca picada
– 2 fatias de pão de forma, desmanchadas
– Sal e pimenta a gosto
– 1/3 de xícara de chá de azeite extravirgem + extra para refogar cebola e alho
– Queijo ralado de sua preferência (utilizei queijo minas padrão) (opcional)

Modo de preparo:
1.
Tempere as fatias de berinjela com sal e azeite a gosto e disponha-as em uma travessa. Asse-as em forno médio até que fiquem macias e cozidas (mais ou menos 40 minutos).
2. Enquanto isso refogue a cebola e o alho em um pouco de azeite.
3. Quando estiverem translúcidos, adicione os tomates em cubos, o molho de tomate, a água, a canela em pó, o cominho, o açúcar, o orégano, e o sal e a pimenta. Misture bem e cozinhe em fogo baixo até o molho engrossar e reduzir.
4. Quando o molho estiver encorpado, adicione a salsinha fresca e misture. Desligue o fogo.
5. Pincele uma travessa média com azeite e faça uma camada de berinjelas. Adicione metade do molho de tomate, e faça outra camada com o restante das berinjelas. Adicione a outra metade do molho.
6. Regue o conteúdo com 1/3 de xícara de chá de azeite, salpique o queijo ralado e as fatias de pão desmanchado.
7. Asse em forno médio até o queijo gratinar.

Dica amiga:
A berinjela costuma soltar muita água, então tome cuidado para o molho de tomate não ficar aguado. Dispense a água que a berinjela soltar com uma colher. O Imam Bayildi fica mais gostoso se servido em temperatura ambiente ou até mesmo no dia seguinte! Os gregos costumam acompanhar o prato com queijo Feta. 

Bifteki (hambúrguer grego) no forno com batatas crocantes

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Esse é um dos posts mais importantes que já publiquei por aqui. Mas, Heleni, por que você está falando isso? Porque este é um dos meus pratos favoritos da vida. Não estou exagerando quando falo isso. Na Grécia, em todas as tavernas que visito, é raro eu querer comer algo diferente. O pessoal me olha e fala “mas, você vai comer biftekia de novo?” E eu só digo que sim. Adoro provar coisas diferentes e variar quando se trata de comida, mas é difícil recusar um hambúrguer grego bem temperado com batatas, tzatziki salada grega. 

Os hambúrgueres gregos ou Biftekia (Μπιφτέκια – Biftêkia – no plural) são, basicamente, Keftedes (almôndegas gregas) em uma versão maior e perfeita para pratos principais. A minha versão é assada por ser mais saudável e para economizar no cheiro de fritura. Sinta-se livre para testar a receita na frigideira ou até mesmo na brasa (o jeito tradicional). Para finalizar, aquele limão espremido nas batatas e na carne faz toda a diferença! Mais dicas no final do post! Vambora?

*Nível de dificuldade: médio
* Tempo de preparo: 3 horas (estimado)

* Serve, em  média: 6 pessoas

Ingredientes:

Para o “bifteki”:
– 800 g de carne moída
– 1 cebola média, picada (eu usei a roxa, para um sabor mais intenso)
– 4 dentes de alho, picados
– 2 pães franceses, amanhecidos
– 1 xícara de chá de leite
– 2 ovos
– 1/2 xícara de chá de orégano
– 1/2 xícara de chá de salsinha fresca
– 1 colher de chá de noz-moscada moída
– 1 colher de chá de canela em pó
– 1 colher de chá de cominho
– Sal e pimenta, a gosto
– 3 colheres de sopa de azeite de oliva para refogar a cebola + o alho
– Limão, para servir

Para as batatas assadas:
– 7 batatas grandes, lavadas
– Sal e pimenta, a gosto
– 1/2 xícara de chá de azeite de oliva
– 1 colher de sopa de mostarda de sua preferência
– 3 colheres de sopa de orégano
– 1 colher de sopa de tomilho
– 8 dentes de alho, para assar
– Ramos de alecrim, a gosto (opcional)

Modo de preparo:
1. 
Comece temperando a carna. Em uma tigela, adicione a carne moída, o orégano, a noz-moscada, a canela, o cominho, o sal e a pimenta. Misture bem até formar uma massa, forre a tigela com papel filme e deixe descansar na geladeira por pelo menos 1 hora.
2. Enquanto isso prepare os seguintes passos. Refogue o alho e a cabelo em 3 colheres de sopa de azeite, até que fiquem translúcidos. Reserve.
3. Em uma tigela pequena, desmanche os pães franceses e adicione o leite. Amasse bem os pães até que fiquem bem macios e homogêneos, em uma espécie de massa.
4. Corte as batatas em tiras grossas, como se você fosse preparar batatas fritas caseiras. Não é necessário que sejam descascadas. (Cuidado para não cortar tiras finas demais, pois a batata murcha quando assada).
5. Seque bem as batatas em tiras com um pano de prato limpo, enrole-as neste mesmo pano e coloque a “trouxinha” no freezer por aproximadamente 15 minutos, ou até que as batatas gelem levemente. (Cuidado para não esquecer o tempo e congelar as batatas! Este passo serve para deixar as batatinhas mais crocantes.)
6. Enquanto as batatas estão no freezer, retire a tigela de carne moída da geladeira. Misture à massa o restante dos ingredientes: a cebola e o alho refogados, os pães amanhecidos e molhados, os ovos e a salsinha fresca. Misture tudo muito bem e enrole bolinhas um pouco menores que uma bola de tênis, apertando-as levemente no centro. Reserve.
7. Preaqueça o forno a 180°C.
8. Retire as batatas do freezer e coloque-as em uma tigela grande. Adicione o sal, a pimenta, o azeite, a mostarda, o orégano e o tomilho. Misture bem com as mãos, massageando as batatas para que o tempero fique homogêneo.
9. Pincele uma travessa grande com um pouco de azeite, espalhe as batatas e acomode os hambúrgueres. Adicione os dentes de alho e os ramos de alecrim como desejar.
10. Asse tudo durante aproximadamente 1 hora em forno médio, ou até que a carne esteja cozida por dentro e as batatas, douradas.
11. Sirva com sumo de limão.

Dica amiga:
Este prato já é uma delícia por si só, mas para ficar ainda mais maravilhoso, faça O clássico Tzatziki e a Horiatiki Salata (ou salada grega) para acompanhar. Sucesso garantido – promessa de dedinho! Você também pode ir além e rechear os hambúrgueres com o queijo de sua preferência – na Grécia utilizam Feta ou Kefalograviera (dois queijos gregos). 

Milopita (bolo de maçã)

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Eu estava demorando para postar uma receita de doce por aqui, não é mesmo? Sei que o fã clube de formiguinhas do blog é grande, por isso, resolvi testar uma receita que não tem erro. Afinal, quem recusa um bolinho de maçã e um cheirinho de canela pela casa?

A Milopita (Μηλόπιτα – milo = maçã) é um bolo molhadinho por dentro e crocante por fora, muito consumido pelos gregos no café da manhã. Adicionar nozes/castanhas/noz-moscada torna o bolo muito mais especial, então não pulem esses ingredientes super importantes! Outro ponto legal: você não precisa bater a massa na batedeira. Torna tudo mais fácil, né não? Bora começar.

*Nível de dificuldade: fácil
*Tempo de preparo: 1 hora

*Serve, em média: 8 pessoas

Ingredientes:
– 2 maçãs grandes, descascadas e cortadas em cubos
– 3 xícaras de chá de farinha de trigo
– 1 colher de sopa de fermento em pó
– 1 xícara de chá de açúcar
– 2 ovos
– 1/2 xícara de chá de óleo de sua preferência
– 1/2 xícara de chá de leite
– 1 colher de chá de essência de baunilha
– 1 colher de chá de canela em pó
– 1/2 colher de chá de noz-moscada
– 1/2 colher de chá de sal
– 1/4 de xícara de chá de conhaque ou licor de sua preferência
– 1/2 xícara de chá de nozes ou castanhas de sua preferência, picadas (opcional)
– Açúcar de confeiteiro para polvilhar
– Açúcar e canela a gosto, para assar as maçãs
– Manteiga e farinha, para untar a forma

Modo de preparo:
1. 
Em uma travessa, espalhe as maçãs cortadas e polvilhe açúcar e canela na quantidade que desejar. Asse em forno médio durante 15 minutos, ou até que as maçãs estejam levemente douradas e soltando líquido.
2. Em uma tigela, misture a farinha de trigo, o fermento em pó, o açúcar, a canela em pó, a noz-moscada e o sal. Misture.
3. Em seguida, adicione os ingredientes líquidos: os ovos, o óleo, o leite, a essência de baunilha e o conhaque ou licor. Misture bem até formar uma massa.
4. Adicione as maçãs e as nozes ou castanhas. Misture tudo e despeje em uma forma untada com manteiga e farinha.
5. Asse em forno médio durante aproximadamente 45 minutos, ou até que um palito saia limpo do bolo.
6. Espere esfriar e polvilhe açúcar de confeiteiro.

Dica amiga:
Esse bolo fica ainda mais gostoso no dia seguinte. Coisas que você pode fazer: acompanhar com uma bebida quentinha gostosa e se apaixonar pelo cheiro de maçã e canela que se espalha pela casa. Aproveite!

Prassopita (torta folhada de alho-poró)

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Bendito seja o alho-poró! Um dia desses li que o filósofo Aristóteles justificava sua voz maravilhosa (sei lá, devia ser) devido a uma dieta intensa de alho-poró, o que acabou influenciando o imperador Nero. Esse último, supostamente, comia alho-poró todo santo dia para manter sua voz em perfeito estado. E, se essas grandes figuras da História podiam, nós também podemos! Tá, não precisa ser todo dia, vai. O fato é que em tempos recentes meu pai tem comprado esse vegetal com uma certa frequência e eu acabei virando sua fã incondicional. Logo que vejo alguém abrindo a geladeira, já grito “não toquem no alho-poró! Esse aí é meu!” – ter ciúme de vegetal… pode isso?

Comecei a procurar receitas gregas com o novo queridinho da família e resolvi testar essa aqui: Prassopita (Πρασσόπιτα). Ela é, basicamente, uma torta folhada no mesmo estilo da Tiropita do Thanasi (folhado de queijo grego), só que com MUITO alho-poró. Mas, Heleni, qual é a diferença? A diferença é que o alho-poró, quando cozido, fica com um gostinho adocicado e simplesmente especial. Misturado com queijo, fica melhor ainda! E afinal, o que aconteceu? A torta foi aprovada! Tão aprovada que, no dia, meu pai me chamou com um jeito sério, “Heleni, vem cá!”. Eu pensei, “minha nossa, tô no sal!”. Quando cheguei na cozinha, ele me olhou e falou, “filha, tá muito aprovada!”. E se, meu pai, o maior fazedor de tortas folhadas desse mundo (olha a moral) aprovou… é porque ó, você precisa testar na sua casa. Então bora lá?

*Nível de dificuldade: médio
* Tempo de preparo: 1h30
* Serve, em média: 5-6 pessoas

Ingredientes:
– 2 pacotes de massa folhada laminada
– 1 alho-poró grande, lavado e cortado em tiras grossas
– 1 pacote de ricota, desmanchada
– Meio pacote de queijo parmesão ralado
– 1 cebola grande, picada
– 1 xícara de chá de cebolinha picada
– 1 xícara de chá de salsinha fresca picada
– Meia xícara de chá de endro fresco (dill) picado (opcional)
– 3 ovos, levemente batidos
– 2 colheres de sopa de farinha de rosca
– Sal e pimenta a gosto
– Óleo, para refogar
– Manteiga, para untar
– Gergelim a gosto, para polvilhar

Modo de preparo:
1. 
Em uma panela média, refogue a cebola e o alho-poró no óleo até que fiquem macios e transparentes.
2. Adicione a cebolinha, a salsinha fresca e o endro (se quiser), misture e retire do fogo.
3. Junte a ricota, o parmesão, a farinha de rosca e os ovos e misture tudo muito bem.
4. Tempere com sal e pimenta a gosto.
5. Unte uma travessa média com manteiga, disponha uma das massas folhadas, deixando as bordas para fora, e despeje o recheio por cima.
6. Espalhe o recheio e cubra com a outra massa folhada. Dobre as bordas, para que o recheio não transborde na hora do cozimento.
7. Pincele manteiga por cima da torta e polvilhe gergelim a gosto.
8. Asse durante aproximadamente 45 minutos em forno médio, ou até que a massa esteja bem dourada.

Dica amiga:
Como a maioria das tortas folhadas gregas, a Prassopita fica muito mais saborosa no dia seguinte e se servida morna ou em temperatura ambiente. Quando estiver pronta, deixe que esfrie um tempo para, assim, ser servida – segure a fome, eu juro que vai valer a pena!

Arakás Ladheros (guisado de ervilhas)

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Um dia desses estava na Comunidade Grega de Brasília, ajudando na preparação da festa “Panighiri”, que acontece anualmente. Estávamos nós, algumas mulheres na cozinha, discutindo sobre comer carne ou não. Constatamos que na Grécia, é possível passar um bom tempo comendo apenas pratos vegetarianos, já que a quantidade é grande e todos são deliciosos.

Quanto mais os anos passam, menos vontade de comer carne eu vou tendo. Nesse quase um ano de Agregando Temperos, venho estudando e conhecendo cada vez mais sobre a culinária grega e tenho percebido que a carne não é imprescindível. Acho que, no fundo, eu sempre soube disso, mas foi só cozinhando para valer que me dei conta. Na Grécia, nós chamamos de Ladherá os pratos feitos essencialmente com vegetais e uma base de tomate e azeite de oliva. Alguns levam carne, é verdade, mas a grande maioria fica bem melhor sem.

Aqui no blog existe a categoria “Ladherá”, e lá estão várias receitas do tipo, para quem quiser se aventurar. A receita de hoje é super simples e saudável. O guisado de ervilhas ou “Αρακάς λαδερός – Arakás Ladheros” leva batata, cenoura e um bom molho de tomate. Segue a receita:

*Nível de dificuldade: fácil
*Tempo de preparo: 1 hora

*Serve, em média: 3 pessoas

Ingredientes:
– 1 pacote de ervilhas congeladas (você pode utilizar ervilhas frescas, se tiver a chance)
– 3 batatas grandes, cortadas em cubos
– 1 cenoura grande ralada ou cortada em rodelas
– 1 cebola média, cortada em cubos
– 2 tomates grandes, maduros, ralados + meia xícara de molho de tomate
– 2 copos de água
– 3 colheres de sopa de azeite de oliva, para refogar a cebola
– 1/4 de uma xícara de azeite de oliva extravirgem
– 1 pitada de açúcar
– Sal e pimenta, a gosto
– Salsinha picada, a gosto
– Endro/dill picado, a gosto (opcional)

Modo de preparo:
– Refogue a cebola nas 3 colheres de sopa de azeite de oliva até que fique transparente.
– Adicione as batatas e a cenoura. Refogue por alguns minutos em fogo médio.
– Em seguida, adicione os tomates ralados e o molho de tomate.
– Adicione as ervilhas, o restante do azeite, a água, o açúcar, o sal e a pimenta.
– Misture bem e refogue em fogo baixo por aproximadamente 30 minutos, sempre misturando para não grudar e adicionando um pouco de água, se necessário.
– Quando as batatas já estiverem cozidas e o molho estiver encorpado, adicione a salsinha e o endro (opcional). Misture bem e desligue o fogo.

Dica amiga:
Os pratos “Ladherá” costumam ser servidos com um bom pão de casca grossa, queijo Feta e, de preferência, em temperatura ambiente. Alguns pratos são até mesmo servidos frios e, mesmo assim, são uma delícia!