Eliopsomo (pão de azeitonas com alecrim e orégano)

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Não existe memória minha que não ligue a Grécia à tradição do pão, o qual está presente na nossa história desde a antiguidade – desde as referências de Hipócrates até o culto de Deméter. Desde pequena estou acostumada com dizeres como “gregos comem tudo com pão” e “é tão difícil tirar o pão da dieta…”. E olha que nem é mentira, a gente come esse tanto de pão mesmo! É pão depois da missa, pão com um pouco de azeite, com pastinhas deliciosas, pra juntar o caldinho da salada no prato e não deixar que nada seja desperdiçado.

Eliopsomo (Ελιόψωμο – Êliôpsomo) nada mais é do que um pão com azeitonas. Então, imagina só: Se pão é coisa de grego, pão com azeitonas é 200% coisa de grego. Minhas melhores lembranças desse pão vêm de quando comprávamos unidades fresquinhas e quentinhas do mesmo e do pão de semolina (outra receita bastante tradicional e uma das minhas favoritas) no fournos (padaria) do mercado do bairro. A receita a seguir é a versão mais próxima que consegui fazer dessa delícia, apesar de a casca ter ficado um pouco mais crocante que a do original. De qualquer forma, vale a tentativa, né?

*Nível de dificuldade: médio
*Tempo de preparo: 3 horas

*Serve, em média: 6 pessoas

Ingredientes:
– 700 g (ou o quanto bastar) de farinha de trigo peneirada + extra para sovar
– 2 colheres de chá de sal
– 2 colheres de chá de açúcar
– 2 colheres de chá de fermento biológico seco
– 5 colheres de sopa de azeite + extra para untar
– 2 xícaras de chá de água morna + extra para dar o ponto
– 2 xícaras de chá de azeitonas verdes ou pretas sem caroço picadas
– 2 colheres de chá de orégano
– 1 colher de chá de alecrim

Modo de preparo:

Caso você tiver uma batedeira planetária, utilize o bowl desde o começo da receita. Caso não, utilize uma tigela para este primeiro passo.

1. Junte a água morna, o azeite, o açúcar e o fermento biológico seco em uma tigela/bowl. Aguarde 10 minutos para ativar o fermento – a mistura deve começar a borbulhar levemente.
2. Feito isso, adicione a farinha e o sal. Você pode sovar a massa tanto no gancho da batedeira planetária, quanto em uma bancada com farinha.
3. Sove a massa durante 7-8 minutos ou até que massa esteja macia e bem incorporada. Enrole a massa em formato de bola. Adicione mais água ou farinha se precisar dar o ponto.
4. Unte uma outra tigela com um pouco de azeite e coloque a massa no centro da mesma. Cubra com um pano de prato e deixe descansar em local morno por aproximadamente 1 hora, ou até que a massa tenha dobrado de tamanho.
5. Quando a massa tiver descansado, polvilhe um pouco de farinha em uma bancada e junta a massa, as azeitonas, o orégano e o alecrim. Sove novamente por alguns minutos.
6. Unte uma assadeira com azeite e pré-aqueça o forno a 250°C.
7. Você pode tanto cortar a massa e fazer pãezinhos, como moldar o pão em formato redondo ou oval, como eu fiz.
8. Posicione a massa no centro da assadeira e asse durante aproximadamente 40 minutos, ou até que o pão (ou pãezinhos) esteja douradinho.
9. Deixe esfriar durante 10 minutos e sirva! Lembre-se: a crosta deve estar crocante!

Dica amiga:
Sirva esse saboroso pão de forma simples, apenas com azeite. Você também pode servi-lo com hummus (pasta de grão-de-bico) ou tzatziki!

Keftedes me saltsa domata (almôndegas ao molho de tomate e cogumelos)

Almôndegas

Como já contei aqui, ano passado embarquei em uma aventura solo à ilha de Lesvos, local em que minha avó materna nasceu. Eu estava completamente nervosa. Não conhecia meus parentes de lá, sabia que o dialeto era diferente e, como era dezembro – quase inverno – achava que eles iriam odiar minha visita “fora de época”.

A confirmação de que sou excelente em ser ansiosa e achar que tudo dará errado – mas, na realidade, nada de tão ruim acontece – veio em seguida: fui recebida com abraços apertados, minha prima tentando estabelecer o maior papo comigo, uma cama quentinha (alô, saudades, 2 graus!) e dias e dias de refeições fartas (até demais). Ainda bem que o vilarejo tem várias ladeiras!

E foi lá que provei as melhores almôndegas ao molho de tomate do mundo! As almôndegas mais macias e saborosas que já tive o prazer de experimentar – como tudo que a minha tia fazia, sempre com muito amor e fartura. Resolvi testar a receita em casa, já que, para a minha felicidade, tinha um saquinho cheio de pimenta-da Jamaica, muito utilizada na Grécia nos ensopados de carne (Stifado, o mais famoso deles). Adicionei cogumelos já que estamos na temporada e pronto! E aí… vai encarar?

*Nível de dificuldade: médio
*Tempo de preparo: 1h30

*Serve, em média: 6 pessoas

Ingredientes:

Para a carne:
– 600 g de carne moída
– 2 colheres de sopa de azeite de oliva
– Sal e pimenta, a gosto
– 1 colher de chá de canela em pó
– 1 colher de chá de cominho
– 1 colher de chá de orégano seco
– 1/2 xícara de chá de farinha de rosca
– 1 xícara de chá de farinha de trigo
– Azeite para fritar

Para o molho:
– 1 cebola grande, picada
– 2 dentes de alho, picados
– 200 g de cogumelos limpos e cortados em fatias (eu usei shiitake)
– 1 lata de tomates pelados, cortados em cubos
– 1 xícara de chá de água
– 1 tomate grande, ralado
– 3 colheres de sopa de vinho tinto seco
– Azeite para refogar
– Sal a gosto
– Pimenta-da-Jamaica inteira, a gosto
– Um punhado de salsinha fresca picada
– 1 pitada de açúcar

Modo de preparo:
1. 
Comece temperando a carne. Em uma tigela, junte a carne moída, o azeite, o sal e a pimenta, a canela, o cominho, o orégano e a farinha de rosca. Misture bem com as mãos até formar uma massa homogênea. Reserve na geladeira por meia hora.
2. Para o molho, comece refogando a cebola e os dentes de alho no azeite até dourarem levemente.
3. Junte os cogumelos e continue refogando. Tempere com sal a gosto.
4. Adicione o vinho tinto e refogue por mais cinco minutos.
5. Junte os tomates pelados, a pitada de açúcar, a água e a pimenta-da-jamaica. Aumente o fogo até pegar fervura.
6. Continue cozinhando em fogo baixo até o molho engrossar.
7. Desligue o fogo e junte a salsinha picada. Misture e reserve.
8. Regue uma frigideira com mais ou menos um dedo de azeite. Aqueça.
9. Faça bolinhas com a carne do tamanho da uma bola de golfe. Enrole as bolinhas na farinha de trigo.
10. Quando o azeite estiver quente, disponha uma porção de bolinhas na frigideira. É importante não encher a frigideira para o azeite não esfriar. Frite em pequenas porções.
11. Frite as almôndegas de todos os lados, mas sem deixar que cozinhem por completo.
12. Quando estiverem prontas, coloque-as em um prato com papel toalha.
13. Assim que terminar de fritar as almôndegas, despeje-as no molho e deixe que cozinhem por mais 5 minutos.

Dica amiga: Em vez de massa, sirva as almôndegas com purê de batatas ou arroz soltinho! Garanto que fica uma delícia. Se você realmente preferir uma massinha, selecione tipos mais curtos, como farfalle ou penne.

Com amor, Moussaka

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O que dizer sobre este prato recheado de história que todo mundo ama e considera pacas? É difícil (ou até fácil demais) falar sobre o Moussaka (μουσακάς – moussakás), mas me dei essa liberdade já que amanhã comemoramos o “25 de março”, feriado nacional mais conhecido como uma comemoração da guerra da independência da Grécia contra o Império Otomano.

Talvez você conheça essa famosa “lasanha” por ela ser amplamente associada à Grécia. Talvez você a conheça como a fonte de muitas zoeiras à Toula Portokalos, a querida protagonista do filme “Casamento Grego” (cês lembram do “moose-caca”, né?). Eu conheço o Moussaka como um prato trabalhoso que cresci detestando por conter horrores de berinjela – até porque nem tudo são flores – e por morrer de dor no braço na hora de mexer o bechamel a pedido do meu pai.

Mas… ainda bem que a gente cresce, né? Hoje posso dizer que “amo muito tudo isso”. Mais ainda depois de ter conhecido e provado o Moussaka em sua versão turca e, desculpe o bairrismo, achar o nosso mil VEZES melhor! Gregos: tenham orgulho de seu Moussaka. A explosão de sabores é incomparável, ainda que na hora do vamo-vê na cozinha dê um pouco mais de trabalho. É por isso que hoje apresento a você um dos maiores símbolos da culinária grega – símbolo que as pessoas cansaram de me pedir – numa versão simplificada mas com um toque de família, inspirada no conteúdo do deus grego Akis Petretzikis.

Me acompanhe nessa aventura!

*Nível de dificuldade: médio
*Tempo de preparo: 3 horas (ufa!)

*Serve, em média: 6 pessoas

Ingredientes:

Base de vegetais:
– 2 berinjelas grandes, cortadas em rodelas médias
– 2 abobrinhas grandes, cortadas em rodelas médias
– 3 batatas grandes, cortadas em rodelas médias
– Sal e pimenta, a gosto
– 1/2 xícara de chá de azeite de oliva
– Orégano, a gosto

Molho de carne moída:
– 600 g de carne moída
– 1 cebola média, picada em cubos
– 2 dentes de alho, picados
– Sal e pimenta, a gosto
– 3 colheres de sopa de azeite de oliva
– 1/2 colher de chá de canela em pó
– 1/2 colher de chá de noz-moscada
– 1/2 colher de chá de cominho
– 1/2  colher de chá de açúcar
– 3 colheres de sopa de vinho tinto seco
– 1/2 xícara de chá de salsinha fresca, picada
– 1 lata de tomates pelados
– 1/2 xícara de chá de água

Molho bechamel:
– 4 colheres de sopa de manteiga
– 4 colheres de sopa de farinha de trigo
– 1 litro de leite
– Pimenta, a gosto
– Noz-moscada, a gosto
– 1 xícara de chá de queijo parmesão ralado + para finalizar

Modo de preparo por etapas:

Base de vegetais:
1. Para começar, unte uma travessa média com um pouco de azeite de oliva. Preaqueça o forno a 200 graus.
2. Em uma tigela, junte as rodelas de batata, o sal, a pimenta, o orégano e mais um pouco de azeite. Misture bem e espalhe-as na travessa. Asse as batatas até que estejam levemente cozidas e macias (aproximadamente 20 minutos).
3. Repita o processo com as berinjelas. Junte as rodelas numa tigela, tempere com o sal, a pimenta, o orégano e um pouco de azeite. Espalhe-as por cima das batatas e asse-as até que estejam cozidas.
4. Agora, as abobrinhas! Junta as rodelas numa tigela, tempere com o sal, a pimenta, o orégano e um pouco de azeite. Misture bem e espalhe-as por cima das berinjelas. Asse-as até que estejam macias.

Molho de carne moída:
5. Em uma panela grande, refogue a cebola no azeite. Adicione o alho, a canela, o cominho e a noz-moscada. Misture bem e continue refogando.
6. Adicione a carne moída. Refogue. Adicione o vinho tinto. Refogue por mais ou menos 5 minutos.
7. Adicione os tomates pelados, a água e o açúcar. Deixe cozinhar lentamente em fogo baixo.
8. Quando o molho estiver bem grosso (menos líquido, melhor), tempere com sal, pimenta e salsinha fresca. Reserve.

Molho bechamel:
9. Em uma panela, em fogo médio, adicione a manteiga e espere derreter.
10. Adicione a farinha de trigo e misture bem sem parar até que tudo esteja bem incorporado e borbulhando levemente.
11. Adicione o leite aos poucos e sem parar de mexer, para que a mistura fique bem incorporada e não empelote.
12. Quando o molho começar a borbulhar e já estiver grosso, desligue o fogo.
13. Adicione a pimenta, a noz-moscada e o queijo parmesão ralado. Misture bem e reserve.

Montagem:
14. Na travessa em que os vegetais estão, espalhe o molho de carne moída (por cima dos vegetais), pressionando levemente para que o Moussaka fique firme e compacto.
15. Adicione o molho bechamel, espalhando muito bem por cima da carne.
16. Salpique mais um pouco de parmesão ralado e asse em forno médio por aproximadamente 35 minutos, ou até gratinar.
17. Quando estiver pronto, espere o Moussaka esfriar. Fica muito mais fácil de cortar em pedaços firmes (e bem mais gostoso) quando ele está em temperatura ambiente!

Dica amiga:
Nossa, Heleni, depois desses 17 passos ainda tem dica amiga? Tem sim! A minha dica de ouro é: não ignore a canela. Não ignore o vinho. Não ignore o cominho. O tempero no Moussaka faz toda a diferença. Para uma versão vegetariana, basta pular o passo da carne moída. Para uma versão mais calórica, basta fritar os vegetais em azeite em vez de assá-los. Você que escolhe. Valendo… já!

Kotopita (torta folhada de frango com iogurte)

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Eu sempre tive uma dificuldade enorme em lidar com mudanças. Logo a minha vida, que tá sempre mudando! Amigas diriam que é porque sou taurina, pé no chão, teimosa, paciente, não gosta de muita novidade… pode até ser (não sei, tenho lua em aquário). No meio desse caos todo que é a minha vida (de vez em quando), percebi que já se passaram quase dois anos desde um divisor de águas que me fez perceber que mudar é bom. Que arriscar é preciso. Que provar coisas novas é necessário.

Há quase dois anos terminei um relacionamento tóxico. Eu implorava para sair daquilo, mas não sabia como. Nunca vivia novidades, apenas ciclos. Ciclos que doíam, me rasgavam o peito, me adoeciam, inchavam meus olhos. Logo com ele, que sempre falou que era importante arriscar! Mas era sempre a mesma dor, que ia se espalhando por todo o corpo como uma somatização qualquer. Num dia chuvoso essa semana, percebi que estava tudo bem. Eu coloquei um ponto final para me encontrar de novo. Eu mudei, e mudar é bom. Eu arrisquei tantas vezes desde que me despedi dele. Quantas vezes me achei boba por me mostrar vulnerável. Hoje vejo que ser vulnerável é ser forte. Transformei toda raiva e dor em vontade de conhecer os meus desejos mais profundos e perdoei. Afinal, foi no meio daquele furacão todo que decidi escrever por aqui, por mim.

Mas… então amiga, como isso tá relacionado à comida grega? Ah amigos, o prato de hoje é novidade até para mim. Arrisquei mesmo e ficou uma delícia. Quem disse que toda torta folhada grega tem que ser do mesmo jeito? A vida é curta demais para isso! Novidades e experiências novas servem para nos mostrar o que gostamos e o que não gostamos. E sei lá… vai que vocês gostam dessa torta diferentona também! Bora arriscar? Confiram a receita:

*Nível de dificuldade: médio
*Tempo de preparo: 1h15

*Serve, em média: 6 pessoas

Ingredientes:
– 1 pacote de massa folhada descongelada
– 500 g de peito de frango em cubos pequenos
– 1 cebola média picada
– 4 dentes de alho ralados
– 3 colheres de sopa de vinho branco
– 1 tomate grande picado
– 1/2 xícara de chá de salsinha fresca picada
– 1 xícara de chá de farinha de arroz flocada cozida (ou arroz cozido)
– 1 colher de sopa de orégano
– Noz-moscada a gosto
– Sal e pimenta a gosto
– 1 colher de chá de cominho
– 1 pote de iogurte natural ou coalhada seca
– 1/2 xícara de chá de queijo ralado (de sua preferência)
– 2 colheres de sopa de azeite de oliva
– Manteiga suficiente para untar a travessa e pincelar a massa
– Farinha de trigo, para abrir a massa
– Gergelim a gosto (para polvilhar)

Modo de preparo:
1. 
Comece preparando o recheio. Em uma panela, refogue a cebola e os dentes de alho no azeite até que fiquem dourados.
2. Em seguida, adicione os cubos de frango e o vinho branco. Espere até refogar.
3. Tempere com orégano, noz-moscada, sal, pimenta e cominho. Misture bem.
4. Adicione o tomate picado, a salsinha e a farinha de arroz cozida (ou arroz cozido). Misture bem e deixe cozinhar em fogo baixo por mais 5-7 minutos.
5. Em seguida, desligue o fogo e adicione o iogurte natural e o queijo ralado. Misture e reserve.
6. Unte uma travessa de sua preferência e preaqueça o forno a 180º C.
7. Retire a massa do pacote e corte-a na metade. Pegue um dos pedaços e abra com um rolo de massa, adicionando um pouco de farinha para auxiliar no processo.
8. Acomode essa metade no fundo da travessa. É importante que sobre um pouco de massa nos cantos da travessa para a hora de fechar a torta.
9. Adicione o recheio e espalhe bem.
10. Repita o passo número 7 com o outro pedaço da massa folhada.
11. Cubra o recheio com a outra metade da massa, dobrando as laterais da torta.
12. Pincele a torta com manteiga e salpique gergelim a gosto.
13. Leve ao forno preaquecido em temperatura média durante 45 minutos ou até que a torta esteja dourada e a massa cozida.

Kourambiedes do Tio Kosta (biscoitos amenteigados gregos)

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A receita de hoje, eu diria, é a mais esperada do blog. Sim, da história do blog! Em quase dois anos escrevendo por aqui, perdi a conta de quantas vezes me pediram o modo de preparo detalhado dessas belezuras açucaradas, o que me fez pensar que elas são realmente muito amadas. E sabe o motivo? É que estes biscoitinhos, moldados em diversos formatos, carregam consigo um bocado de história. Acho que todo grego desse mundo tem alguma memória envolvendo os Kourambiedes. De repente era a avó que fazia, ou os primos que levavam um prato cheio nas visitas, ou mesmo é a lembrança de moldar os biscoitos semanas antes do Natal.

Para mim sempre foi uma mistura disso tudo. Eu adorava ver minha avó fazendo os biscoitos e ela sempre me dava a oportunidade de moldar alguns (e comer uns pedacinhos da massa crua). Depois tinha a mágica de sentir o cheiro delicioso dos biscoitos pela casa e polvilhá-los com açúcar de confeiteiro – pareciam floquinhos de neve! Como um tradicional biscoito de Natal, em minhas viagens para a Grécia, eu ficava encantada com a quantidade absurda, os quilos e quilos que ficavam à mostra nas dezenas de confeitarias da rua comercial perto de casa.

Claro, como é de se esperar, cada pessoa tem a sua preferência. A minha amiga Karla adora os biscoitos da minha avó – e ela tem as suas próprias lembranças relacionadas a eles. Já meu pai, gosta dos Kourambiedes sem o açúcar de confeiteiro. Minha avó não coloca suco de laranja na versão dela. Já a versão de hoje – a qual eu aprendi com o meu tio Kosta, lá de São Paulo – leva raspas de laranja e Ouzo (bebida destilada grega).

Preparados, vendidos e oferecidos tradicionalmente nas festas de fim de ano, os Kourambiedes (κουραμπιέδες – kúrambiêdhes) são biscoitos amanteigados com nozes ou amêndoas. Como muitos pratos típicos gregos, cada família tem a sua própria receita e é possível encontrá-los em diversos tamanhos, formatos e tipos – da última vez que fui à Grécia, encontrei Kourambiedes recheados com mousse de chocolate! E aí, se animou? Então mão na massa!

*Nível de dificuldade: médio
*Tempo de preparo: 3 horas

*Rende, em média: 60 unidades médias

Ingredientes:
– 400 g de manteiga sem sal em temperatura ambiente
– 700 g de farinha de trigo + extra
– 2 ovos grandes, levemente batidos
– 1 xícara de açúcar refinado
– 2 colheres de sobremesa de essência de baunilha
– 2 colheres de sopa de Ouzo ou conhaque
– 1 xícara de chá de nozes trituradas
– Sumo de uma laranja
– Raspas de uma laranja
– 1 colher de sopa de fermento químico
– Açúcar de confeiteiro, para finalizar

Modo de preparo:
1. 
Bata a manteiga com uma batedeira até amolecer. Em seguida, adicione os ovos e continue batendo.
2. Quando a manteiga estiver bem macia, adicione o açúcar, a baunilha e o Ouzo ou conhaque. Continue batendo até a mistura ficar homogênea.
3. Depois, adicione o sumo e as raspas de laranja e as nozes trituradas. Bata continuamente.
4. Em uma tigela, peneire a farinha e adicione o fermento químico. Misture tudo e adicione aos poucos à tigela com a manteiga. Se você utilizar uma batedeira planetária, certifique-se de que está usando a pá para massas médias (biscoitos, etc). Caso contrário, junte a farinha aos poucos com uma colher e misture com a mão mesmo até dar o ponto certo.
5. Ponto da massa: ela deve parecer massinha de modelar e não pode ficar grudenta. Se necessário, ajuste o ponto adicionando mais farinha.
6. Preaqueça o forno a 180°C. Unte assadeiras grandes ou cubra-as com papel manteiga. Molde os biscoitos da forma que desejar – com a mão ou com cortadores de biscoito – e ajuste-os nas assadeiras.
7. Asse os biscoitos em forno médio durante 20 minutos ou até que fiquem douradinhos. Quando estiverem prontos, deixe que esfriem e polvilhe açúcar de confeiteiro.

Dica amiga:
Na hora de fazer os Kourambiedes, experimente adicionar amêndoas trituradas na massa! 

Soutzoukakia Smyrneika (almôndegas de Esmirna)

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O prato de hoje é simplesmente o meu favorito de toda a culinária grega! É impossível não me lembrar da primeira vez em que meu pai cozinhou Soutzoukakia para mim. Como em O Tempero da Vida, sentir o cheiro do cominho e do vinho me hipnotizou. Até hoje, quando meu pai me pergunta o que cozinhar, eu respondo que quero Soutzoukakia. Com o tempo, cozinhando alguns pratos gregos, fui adaptando receitas da maneira que aprendi com a minha avó: adicionando canela nas carnes e molhos. No filme que citei, pappou Vassilis diz que “a canela faz as pessoas olharem umas nos olhos das outras. Se quer dizer ‘sim’, então adicione canela”. Então sim, o post de hoje terá aroma de canela. Mas de cominho, vinho e louro também!

Soutzoukakia Smyrneika (Σουτζουκάκια Σμυρνέικα – Sutzukákia Smyrnêika), como o nome já diz, é um prato que foi levado pelos gregos de Esmirna (em grego, Smyrne – atual Turquia) para a Grécia. Esmirna, esta fascinante cidade localizada perto da ilha de Chios, foi muito famosa por sua culinária, a qual transcendeu uma época turbulenta e foi passada de geração em geração (vale a pena pesquisar mais sobre!). Soutzoukakia são bolinhos de carne moída temperados com especiarias, moldados em formato de croquete ou linguiça, fritos e depois cozidos em um intenso molho de tomate. Por conta de todos esses processos, o prato não é difícil de fazer, porém, é bastante trabalhoso – então tenha isso em mente.

É importante frisar que cada região da Grécia possui sua tradição culinária. A culinária das ilhas Jônicas e do Peloponeso, por exemplo, carrega consigo uma grande influência veneziana. Nas ilhas do Egeu, vegetais, cereais e frutos do mar são consumidos frequentemente, com consumo mínimo de carne vermelha. No norte, por conta das baixas temperaturas e regiões montanhosas, pratos mais pesados e apimentados são consumidos. O prato de hoje tem sua origem na Ásia Menor, famosa por sua culinária intensa e que faz uso de muitas especiarias, como canela, cominho e pimenta.

Tá preparado para cozinhar? Então aqui vai a receita!

*Nível de dificuldade: médio para difícil
*Tempo de preparo: 2 horas
*Serve, em média: 6 pessoas

Ingredientes:
Para os bolinhos:
– 1 kg de carne moída
– 2 colheres de sopa de azeite extravirgem
– 2 ovos
– 2 pães amanhecidos, desmanchados e molhados com um pouco de água (eu utilizei pão francês)
– 1/2 xícara de chá de vinho tinto seco + extra se precisar
– Sal e pimenta, a gosto
– 2 colheres de sopa de orégano
– 1 colher de chá de canela em pó
– 1/2 xícara de chá de salsinha fresca, picada
– 2 colheres de chá de cominho em pó
– 2 xícaras de chá de farinha de trigo, para enrolar os bolinhos
– Óleo para fritar

Para o molho:
– 1 cebola grande, em cubos
– 3 dentes de alho, picados
– 3 colheres de sopa de azeite extravirgem, para refogar
– 3 tomates grandes, maduros, ralados
– 1 lata de tomate pelado
– 1/2 xícara de chá de vinho tinto seco
– 2 folhas de louro
– 2 ramas de canela
– Sal e pimenta, a gosto
– 1 colher de chá de açúcar
– 2 xícaras de chá de água morna

Modo de preparo:
1. 
Comece preparando a carne. Em uma tigela, junte a carne, o azeite, os ovos, o pão amanhecido, o sal, a pimenta, o orégano, a canela, a salsinha e o cominho. Misture tudo muito bem e reserve na geladeira.
2. Enquanto a carne apura o sabor, prepare o molho. Refogue a cebola e o alho no azeite até que fiquem translúcidos. (De preferência em uma panela grande)
3. Adicione os tomates ralados e os tomates pelados desmanchados. Misture.
4. Junte o vinho tinto e deixe o molho cozinhar em fogo baixo por aproximadamente 5 minutos.
5. Adicione o açúcar, o sal, a pimenta, as folhas de louro, as ramas de canela e a água morna. Misture tudo e deixe cozinhar em fogo baixo até engrossar.
6. Agora, os bolinhos! Separe o vinho tinto em uma tigela e a farinha de trigo em outra.
7. Em uma frigideira, aqueça óleo suficiente para fritar os bolinhos (fritura rasa).
8. Molde os bolinhos em formato de croquete, banhe-os no vinho e depois os enrole na farinha de trigo.
9. Frite poucos bolinhos de cada vez para evitar a queda de temperatura do óleo. Não é preciso fritá-los demais, pois continuarão cozinhando no molho de tomate.
10. Com cuidado, retire os bolinhos com uma escumadeira e transfira-os para a panela do molho de tomate. Repita o procedimento com todos os bolinhos.
11. Cozinhe tudo em fogo baixo por mais 15 minutos. É importante que o molho fique intenso e encorpado e que cubra todos os bolinhos. Caso necessário, adicione mais água para o cozimento.

Dica amiga:
Acompanhe este prato com o arroz de sua preferência, batatas fritas ou um bom purê de batatas! Se você deseja ir além, experimente rechear as almôndegas com queijo. Também ficam deliciosas!

Youvarlakia Avgolemono (sopa de almôndegas)

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Aos poucos o friozinho tem tomado conta dos dias e noites de alguns – no caso, aqui em Brasília as noites estão um pouco mais frias – e a vontade de comer pratos quentes vem junto. Lembrei-me de uma das sopas que mais marcaram a minha infância e os anos de Austrália (afinal, lá o inverno é bem mais intenso que o daqui). Minha avó fazia Youvarlakia, meu pai também… e, apesar de não gostar de Avgolemono (que logo mais explicarei), a sopa ser preparada com bolinhas de carne moída em vez do velho combo limão-galinha-arroz-batata – a tal sopa de gente “dodói” – me animava muito.

Youvarlakia Avgolemono (Γιουβαρλάκια Αυγολέμονο – Yuvarlákia Avgôlémono) é uma sopa de simples preparo. De verdade, nem eu imaginei que seria tão fácil! A base dela é o Avgolemono, uma mistura azedinha feita com ovos batidos, sumo de limão e caldo de legumes/carne. Youvarlakia são as almôndegas de carne moída com ervas frescas e uma pequena quantidade de arroz, triguilho ou massa tipo Risoni (Orzo). Já deu para perceber que essa combinação diferente vale a pena, né? Bora aquecer o corpo, bora cozinhar!

*Nível de dificuldade: fácil
*Tempo de preparo: 1 hora

*Serve, em média: 6 pessoas

Ingredientes:
– 800 g de carne moída
– 3 dentes de alho, ralados
– 1 cebola pequena, ralada
– 3 colheres de sopa de azeite de oliva
– 1 xícara de chá de arroz ou massa Risoni
– 3 colheres de sopa de orégano
– 1/2 xícara de chá de salsinha fresca picada + extra para servir
– 1/2 xícara de chá de cebolinha picada
– Noz-moscada ralada, a gosto
– 1 xícara de chá de farinha de trigo
– Sal e pimenta, a gosto
– 8 copos americanos de água

Para o Avgolemono (caldo)
– 2 ovos médios
– Sumo de 1 limão médio
– 2 colheres de chá de amido de milho

Modo de preparo:
1. 
Primeiro, refogue a cebola e o alho com um pouco de azeite, até que fiquem translúcidos. Reserve.
2. Em uma tigela grande, junte a carne moída, o alho, a cebola, o orégano, duas colheres de sopa de azeite (reserve a terceira), o arroz (ou a massa), a salsinha, a cebolinha, a noz-moscada, o sal e a pimenta. Misture e amasse tudo muito bem. Cubra com papel filme e deixe a mistura descansar na geladeira por 15 minutos.
3. Enquanto isso vá preparando o caldo. Leve os oitos copos de água ao fogo com uma colher de sopa de azeite e uma colher de chá de sal.
4. Com os 15 minutos passados, faça as bolinhas de carne, passe-as na farinha de trigo e, quando o caldo pegar fervura, coloque-as dentro da panela com muito cuidado.
5. Cozinhe tudo em fogo médio durante 20 minutos ou até que a carne esteja cozida.
6. Agora, o Avgolemono. Em uma tigela, bata os dois ovos até formar uma leve espuma. Adicione o sumo de limão e as duas colheres de chá de amido de milho.
7. Adicione uma concha de caldo da panela ao Avgolemono, batendo continuamente (pode ser com um garfo). Depois, adicione mais uma concha, misture bem e vá adicionando aos poucos à panela de sopa.
8. Misture a sopa e deixe cozinhar em fogo baixo por mais 5 minutos.
9. Sirva quente com salsinha fresca e pimenta-preta moída!

Dica amiga:
Para uma experiência culinária ainda melhor, sirva esta sopa com pão torrado e o queijo branco de sua preferência (desmanchado). Youvarlakia também é preparada na versão “me saltsa”, ou seja, com um delicado molho de tomate em vez da base de Avgolemono. Fica a dica!

Melitzanes Papoutsakia (berinjelas recheadas)

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Na minha humilde opinião, o prato de hoje é o mais fofinho da culinária grega. Tanto visualmente, quanto pelo nome. Lembro até que, na minha infância, o nome gerava bastante curiosidade em mim. O modo de preparo não é difícil, mas, como uma grande parte dos pratos gregos, dá um pouquinho de trabalho. Por isso, vou direto ao ponto.

Melitzanes Papoutsakia (Μελιτζάνες Παπουτσάκια – Mélitzánes Paputsákia) são “barquinhos” de berinjela, recheados com carne moída e finalizados com molho bechamel. Eu adoro esse nome porque significa, literalmente, “sapatinhos”. É a coisa mais fofa! Eu costumo ver esse prato por aí como Moussaká e, apesar de os dois serem bem parecidos, são diferentes nos detalhes. De qualquer forma, posso concluir que Papoutsakia são como porções individuais de Moussaká, em forma de sapatinhos (ou barquinhos).

Se você curte berinjela, vai amar esta receita. Então, bora cozinhar?

*Nível de dificuldade: médio
*Tempo de preparo: 2 horas
*Serve, em média: 4 pessoas

Ingredientes:

Para a berinjela e o recheio:
– 800 g de carne moída
– 4 berinjelas grandes, lavadas
– 1 cebola grande, picada
– 4 dentes de alho, picados
– 3 tomates grandes, ralados
– Salsinha fresca a gosto, picada
– 1 colher de chá de canela em pó
– 1 colher de chá de cominho
– 1 colher de chá de açúcar
– 1 colher de sopa de orégano
– 3 colheres de sopa de vinho tinto seco
– Sal e pimenta, a gosto
– Azeite de oliva extravirgem

Para o bechamel:
– 3 colheres de sopa de manteiga
– 3 colheres de sopa de farinha de trigo
– 1 litro de leite
– Sal e pimenta, a gosto
– 1 pitada de noz-moscada
– 1/2 xícara de queijo parmesão ralado (se preferir, utilize o queijo Minas padrão)

Modo de preparo:
1. 
Comece cortando as berinjelas: primeiro, corte os talos e, depois, corte no meio, na vertical, formando “barquinhos”. Com um garfo, espete a polpa em alguns pontos (ela soltará água no forno). Disponha os “barquinhos” em um refratário, tempere-os com um pouco de sal e azeite e leve ao forno médio durante aproximadamente 30 minutos, ou até que a polpa esteja macia.
2. Enquanto isso, prepare o recheio de carne. Refogue a cebola com um pouco de azeite, até que fique translúcida. Adicione o alho e deixe tudo dourar.
3. Em seguida, adicione a carne moída. Misture bem até que cozinhe por completo.
4. Adicione o vinho, a canela, o cominho, o orégano, o sal e a pimenta. Misture tudo e deixe cozinhar em fogo baixo.
5. Depois, adicione os tomates ralados e o açúcar. Deixe o recheio cozinhar até ficar com pouquíssimo caldo.
6. Quando as berinjelas estiverem assadas, retire-as do forno e, com uma colher, raspe com cuidado a polpa de cada uma – formando o espaço para adicionar o recheio.
7. Pique bem a polpa das berinjelas e adicione ao recheio de carne moída. Adicione também a salsinha fresca e misture. Desligue o fogo.
8. Agora, vamos para o bechamel. Em uma panela, derreta a manteiga.
9. Quando estiver completamente derretida, adicione a farinha e misture vigorosamente por mais ou menos dois minutos.
10. Em seguida, em fogo baixo, adicione o leite lentamente e continue misturando, sem parar. Mexa o molho bem durante todo o processo para não grudar ou queimar, até engrossar. Para esta receita, é necessário que o bechamel fique com consistência de mingau.
11. Desligue o fogo, tempere com sal, pimenta e noz-moscada e adicione o queijo ralado. Misture bem e reserve.
12. Agora, a montagem! Em um refratário, pincele um pouco de azeite, para untar. Disponha os barquinhos de berinjela lado a lado.
13. Adicione algumas colheradas do molho de carne em cada barquinho. Por cima, coloque uma boa quantidade de bechamel.
14. Asse em forno médio durante aproximadamente 20 minutos ou até que o molho bechamel esteja bem gratinado. As berinjelas + o molho de carne soltarão um pouco de água, mas não se preocupe – fora do forno ela secará!
15. Ufa! Agora é só servir!

Dica amiga:
Se você preferir pode substituir o bechamel no topo por um cremoso purê de batatas, para finalizar o prato!

Kolokithokeftedes (bolinhos de abobrinha)

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Aqui estou com mais um nome dificílimo de comida grega gostosa! Não vou negar, toda vez que pronuncio o nome do prato de hoje, só consigo me lembrar dos vários episódios cômicos envolvendo a minha avó. Para quem ainda não sabe, minha avó não é só uma cozinheira de mão cheia e uma papadhiá (esposa do padre), mas também uma mulher incrivelmente engraçada, forte e cheia de personalidade. Acho que dá para perceber meu amor por ela e o tanto que ela me inspira todos os dias em minhas postagens.

Pois bem, quando eu era pequena, por vezes, minha avó não pronunciava Kolokithokeftedes, mas sim, Kolo-keftedes. E por que isso é engraçado, Heleni? Porque *censura* “kolos” é a forma coloquial de “traseiro” ou “bumbum” em grego. Além disso, é possível colocar essa palavrinha na frente de outras para expressar algum xingamento. Cozinhar qualquer prato com kolokythia (abobrinhas) sempre envolvia certa dose de risadas e, bom… abobrinhas.

Agora, papo sério. Kolokithokeftedes (kολοκυθοκεφτέδες – kolokithôkeftédhes) são bolinhos de abobrinha normalmente servidos como meze em restaurantes gregos. São crocantes por fora e cremosos por dentro, além de serem incrivelmente aromáticos por conta de todas as ervas frescas que a receita leva. Eles são fritos, mas assados em forno médio também dão super certo, desde que pincelados com um pouco de azeite. É isso! Bora cozinhar?

*Nível de dificuldade: médio
*Tempo de preparo: 45 minutos

*Serve, em média: 6 pessoas

Ingredientes:
– 3 abobrinhas grandes, raladas
– 4 dentes de alho, ralados
– 1 xícara de chá de farinha de trigo
– 1 e 1/2 xícara de chá de farinha de rosca ou panko
– 2 ovos, levemente batidos
– Queijo parmesão ralado, a gosto (ou o queijo de sua preferência)
– 2 colheres de sopa de orégano
– Salsinha fresca picada, a gosto
– Cebolinha fresca picada, a gosto
– Hortelã fresca picada, a gosto
– Noz-moscada ralada, a gosto
– Sal e pimenta, a gosto
– Óleo vegetal ou azeite de oliva, para fritura rasa

Modo de preparo:
1. 
Para começar, coloque as abobrinhas raladas em uma peneira com uma pitada de sal e deixe-as escorrendo durante pelo menos 30 minutos. A abobrinha solta bastante água, e queremos elas secas o suficiente para esta receita.
2. Em uma tigela, adicione as abobrinhas raladas, o alho, a farinha de trigo, a farinha de rosca (ou panko), os ovos, o queijo, o orégano, a salsinha, a cebolinha e a hortelã. Misture.
3. Tempere com a noz-moscada, o sal e a pimenta. Misture novamente até formar uma massa levemente úmida.
4. Em uma frigideira média, aqueça o óleo ou o azeite. Quando estiver quente, molde os bolinhos utilizando uma colher de sopa molhada, para não grudar.
5. Coloque-os com cuidado na frigideira, e doure cada um dos lados.
6. É importante lembrar que a fritura não é feita por imersão, e sim, de forma rasa.
7. Coloque os bolinhos prontos em um refratário com papel toalha para absorver o óleo (ou azeite). Agora, é só servir!

Dica amiga:
As Kolokithokeftedes servem perfeitamente como aperitivo, mas também podem ser servidas como prato principal, acompanhadas de uma boa salada. Além disso, vale indicar o refrescante Tzatziki como molho de acompanhamento. A combinação abobrinha + iogurte é deliciosa!

Fassolada (sopa de feijão branco)

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Tem um bom tempo que quero fazer e compartilhar a receita de hoje, pelo simples motivo de ser considerada, por muitos, o prato nacional da Grécia. Pois bem, depois de muito pensar sobre como utilizar o pacote de feijão branco que estava na despensa, resolvi que finalmente era hora de dar uma chance à tradicional sopa.

Fassolada (Φασολάδα – Fassôládha) é, simplesmente, uma sopa de feijão branco. É curioso perceber como muitas dietas ao redor do mundo possuem seu próprio prato tradicional envolvendo leguminosas. Existe a feijoada, o cassoulet, a fabada, o ful medames, o chili con carne e o dhal, para dar alguns exemplos. A Fassolada é vegetariana e incorpora alguns dos itens básicos da dieta mediterrânea – as leguminosas, as ervas e o azeite de oliva.

A receita é simples e rápida, perfeita para aqueles dias que não estamos com muita vontade de passar horas na cozinha. Continue lendo e aproveite para fazer em sua casa também!

*Nível de dificuldade: médio
*Tempo de preparo: 50 minutos
*Serve, em média: 6 pessoas

Ingredientes:
– 500 g de feijão de branco cozido
– 1 cebola grande, picada
– 2 cenouras médias, descascadas, cortadas em rodelas
– 1 talo de salsão, picado
– 4 dentes de alho, picados
– 1 lata de tomates pelados ou 3 tomates grandes picados em cubos
– 1/2 xícara de chá de azeite de oliva extravirgem + 2 colheres de sopa + extra para finalizar
– Sal e pimenta, a gosto
– 1 pitada de açúcar
– 1 colher de sopa de orégano
– 2 folhas de louro
– 2 xícaras de chá de água
– Salsinha fresca picada, para servir

Modo de preparo:
1. Em uma panela, aqueça as duas colheres de sopa de azeite e refogue a cebola até que fique translúcida. Adicione o alho e refogue por mais um minuto.
2. Em seguida, adicione a cenoura e o salsão. Refogue-os em fogo baixo por mais ou menos cinco minutos.
3. Acrescente os tomates pelados ou os tomates em cubos e as duas xícaras de água. Misture e deixe pegar fervura (fogo alto).
4. Adicione os feijões, o sal e a pimenta, o açúcar, o orégano, as folhas de louro e o restante do azeite. Misture e deixe cozinhando em fogo baixo por aproximadamente 20 minutos, adicionando um pouco de água para não queimar ou grudar (se necessário).
5. Quando a cenoura estiver macia e o caldo engrossado, desligue o fogo. Retire as folhas de louro.
6. Sirva com o restante do azeite e salpique salsinha fresca.

Dica amiga:
Experimente servir a Fassolada com queijo Minas padrão ralado ou ricota desmanchada. E, claro, um bom pedaço de pão para absorver todo o caldo.